Em busca de uma reação que justifique uma ação da Rússia sobre o Ocidente, Putin mandou bombardear com mísseis as proximidades (2 kms) de Kiev, o local onde António Guterres, secretário-geral da ONU, se encontrou ontem com Zelensky, o presidente da Ucrânia.
Isto após ter chegado de Moscovo onde, no Kremlin, se reuniu com o ministro dos negócios estrangeiros Labrov e, no dia seguinte, com o próprio Putin.
Estas constantes provocações indiciam o desprezo por todos quantos lhe sejam oponentes, testam a paciência dos outros países que condenam a invasão russa da Ucrânia, visam provocar a NATO e, ainda mais, ameaçam veladamente países como a Bulgária, a Suécia e a Finlândia, assim como todos os outros países que estão a fornecer ajuda à Ucrânia, seja humanitária seja defensiva, de armamento.
Putin é tanto mais perigoso quanto já nada tem a perder e uma derrota seria o seu fim político, quanto as sanções e os custos da guerra começam a ser economicamente insustentáveis, quanto não previu com clareza e lucidez a reação do mundo à sua “operação militar especial” com o fim altruísta e misantrópico de, segundo o próprio, “desnazificar a Ucrânia”.
A epifania monstruosa de um cinismo sem precedentes determina Putin, o seu ultranacionalismo, o imperialismo e o totalitarismo de há décadas, bem no sangue enraizado, ditam os seus insanes actos.
Actos de um louco que na destruição e na morte se vê e crê como émulo do antecessor Estaline.
(Foto DR)