Portugal distraído

Os incêndios chegam em força, de norte a sul, trazidos pelas altíssimas temperaturas e pelos fósforos dos incendiários. Em Odemira foi preso um em flagrante delito. Trinta e poucos anos. Reincidente. Já tinha sido detido há dois anos pelo mesmo crime e posto em liberdade.

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  • 16:07 | Sexta-feira, 11 de Agosto de 2023
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As Jornadas Mundiais da Juventude, o futebol, as greves, as férias… tudo tem servido para afastar a atenção dos portugueses dos assuntos capitais.

Lisboa foi considerada a cidade europeia com as rendas de casas mais elevadas da Europa. Belo troféu. Lisboa rende-se ao charme do turismo, do qual se tornou pródigo dormitório, expulsando para bem longe os lisboetas e, principalmente, os jovens em busca de casa para arrendar.

Os combustíveis sobem quase todas as semanas. Da entidade reguladora do sector nem um pio se ouve. O português, esse, conforma-se a tudo e já nem pia. É preciso anediar ainda mais as petrolíferas, que em tudo encontram pretextos para “arregaçar” os preços, dando azo a que tudo suba colateralmente. A taxa sobre os lucros extraordinários? Isso é que era bom!

A banca encerra serviços e aumenta desmesuradamente os seus lucros, cevando assim os seus accionistas à custa de milhões de portugueses. A CGD, o banco público, é disso a flagrante imagem. Talvez os políticos se calem porque, ou são oriundos do sector ou esperam, no “day after” ir para lá trabalhar. Paulo Macedo, o da CGD, é disso exemplo.

A ”madama Lagarde”, de quinze em quinze dias, manda subir juros, spreads e outras minudências mais. Faz a apologia dos baixos salários e pretexta-se na inflação, embora nós creiamos que está a servir a banca europeia, cada vez mais tentacularmente nédia e adiposa.


Em Itália, a primeira ministra Giorgia Meloni tentou taxar a banca em 40% dos seus lucros extraordinários. Tentou. No dia seguinte arrumou a medida na gaveta. Porque terá sido? Por cá, ninguém se atreve a enfrentar a obesa banca. Provavelmente pelos motivos acima apontados. O vai e vem entre a política e a administração bancária…

Os incêndios chegam em força, de norte a sul, trazidos pelas altíssimas temperaturas e pelos fósforos dos incendiários. Em Odemira foi preso um em flagrante delito. Trinta e poucos anos. Reincidente. Já tinha sido detido há dois anos pelo mesmo crime e posto em liberdade.

Talvez o crime compense. Talvez a Justiça seja branda de mais com criminosos deste quilate, que matam pessoas e animais e destroem a flora nacional, os haveres dos portugueses e torram milhões de euros ao erário público, ou seja aos contribuintes, também eles vítimas desta munífica “indústria”.

De resto, a temporada tonta ou “silly season” está aí, e se não fossem os emocionantes acidentes com os carroceis da Feira de S. Mateus, a vida seria um caliente tédio, a bronzear nos areais do sul… para quem pode, claro.

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