Pinto da Costa, o fim de um mito

Neste meu artigo, trazer aqui Pinto da Costa à colação, só se justifica pelo arreigamento ao poder e falta de sentido de oportunidade (e de decência) de muitos dirigentes em Portugal, especialmente na área da política onde, inclusivamente, teve que se criar uma lei de limitação de mandatos aos presidentes das câmaras, para obviar à sua perpetuação no cargo.

Tópico(s) Artigo

  • 11:36 | Domingo, 28 de Abril de 2024
  • Ler em 2 minutos

Jorge Nuno Pinto da Costa, com 42 anos à frente do FCP, tornou-se lendário no desporto rei nacional e internacional como dirigente há mais décadas à frente de um clube de futebol de topo, pelas centenas de títulos e galardões para o clube conquistados. A minha vénia a Pinto da Costa.

Porém, como todos aqueles que se agarram demasiado ao poder, não evitou a saída airosa e honrosa, apresentando-se a mais um mandato.

E assim, de forma arrasadora, viu o seu opositor, André Villas-Boas, antigo treinador do clube, ganhar por mais de 80% de votos, numa das eleições mais concorridas da história do clube. A mensagem que os sócios transmitiram foi inequivocamente explícita.


Neste meu artigo, trazer aqui Pinto da Costa à colação, só se justifica pelo arreigamento ao poder e falta de sentido de oportunidade (e de decência) de muitos dirigentes em Portugal, especialmente na área da política onde, inclusivamente, teve que se criar uma lei de limitação de mandatos aos presidentes das câmaras, para obviar à sua perpetuação no cargo.

Lei imediatamente contornada com um intervalo de um mandato noutras funções, públicas ou privadas, para de novo voltarem à carga por mais uma dúzia de anos.

Neste frenesim de “missão”, muitos deles julgam-se insubstituíveis, únicos, incapazes de aceitar a renovação e a aceitação de que as suas ideias estão esgotadas e nada mais de positivo têm para dar, senão a si próprios, na perpetuação do poder.

Como mero e assertivo exemplo, Salazar foi presidente do Conselho de Ministros de 1933 a 1968 e só saiu por se ter ferido ao cair de uma cadeira abaixo, a 3 de Agosto de 1968, no forte de Santo António do Estoril, onde passava umas breves férias.

A cadeira de lona desmoronou-se, António de Oliveira Salazar caiu e feriu-se gravemente na cabeça, nunca mais recuperando e vindo a falecer a 27 de Julho de 1970.

A maior parte dos dirigentes, felizmente para eles, não caem da cadeira abaixo. A não ser metaforicamente e… sem necessidade.

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial