Num prenúncio daquilo que valem certas alianças, naquilo que bem podemos chamar de “geringonça” da direita, o governo regional dos Açores caiu de maduro, apesar de bem verde no tempo, não obstante ser de meteorologia “temperado marítimo”.
A legislatura com José Manuel Bolieiro, líder do PSD, não alcançou o seu termo, os seus quatro anos de mandato. Ficou-se pelos dois anos e meio.
A votação do Plano e Orçamento para 2024 não passou. E porquê, se havia uma maioria?
E agora? Novas eleições no horizonte próximo, talvez a 4 de Fevereiro, colocam uma grande dúvida: o PSD concorre sozinho? Refaz alianças pré ou pós-eleitorais? Com quem?
Outra dúvida: se Bolieiro perder as eleições, este cenário projectar-se-á como e com quais consequências nas eleições nacionais do mês seguinte?
Há sempre a derradeira hipótese do “agora é que vai ser” e Bolieiro voltar a coligar-se dando de mão aberta tudo quanto as partes lhe exigirem. Ou então, ter uma maioria absoluta que lhe confira a paz de espírito exigida, sem ameaças do entro hoje, saio amanhã, aprovo agora, logo não…
De qualquer forma, e à dimensão insular, o PSD pode aquilatar das incertezas nacionais, se e quando vender a alma a recém chegados e ansiosos políticos da novidade, do populismo, do bruáá mediático e da sede de poder, pondo de parte a sua raiz democrática a troco de uma molhada de grêlos que, de viçosos, só têm a efémera geada.
(Foto DR)