ONU e Galp, talibãs e Costa, duas notas e meia

Estranho é que, não obstante ser acionista minoritária, não estivesse ao corrente de todas as agora polémicas decisões tomadas. E estando ao corrente, não tivesse informado o primeiro-ministro do que se estava a passar, mais se estranhando a afirmação de Costa acerca da Galp: "quem se porta assim tem de levar uma lição", proferida talvez no calor da refrega autárquica...

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  • 10:48 | Quarta-feira, 22 de Setembro de 2021
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Têm estado a decorrer as reuniões da 76ª sessão da AG da ONU, tendo o ministro do Exterior talibã manifestado a António Guterres o desejo de intervir no seu decurso.

Se a palavra foi dada a Jair Bolsonaro que, durante 12 minutos se vangloriou de façanhas várias e proferiu um chorrilho de mentiras, nada obstará, em boa verdade, a que Amir Khan Muttagi ou o novo embaixador afegão na ONU, Ghulam Isaczai, tenham o direito a falar em nome do seu governo e do seu país, aprecie ou não o Ocidente, as medidas radicais em vigor implementadas.

 


 

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, que representa o Estado acionista da Galp, insurgiu-se contra a insensibilidade da empresa que despediu 1600 trabalhadores da encerrada refinaria de Matosinhos.

Numa semana em que a ANAREC (Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis) está em pé de guerra por aquilo que considera ser uma grave ingerência do governo no sector, e isto por causa da nova lei que veio impor limites às margens na comercialização de combustíveis… que o mesmo é dizer, perante a onda de indignação face aos constantes aumentos do custo dos combustíveis que são dos mais caros da Europa, o governo, não abdicando dos mais de 60% de impostos sobre o sector, decide não abrir mãos deles e, em contrapartida, “ratar” nos lucros das gasolineiras. Desde que os utentes beneficiem, na nossa óptica, nihil obstat

Entretanto e sobre a Galp que despediu 1600 trabalhadores da sua refinaria de Matosinhos, lembremos que na sua estrutura acionista a Amorim Energia, com sede nos Países Baixos detém 33,34% das acções, que o Estado português através da Parpública detém 7,48%, existindo ainda em “free float” 59,18% de acções.

 

A Parpública, lembramos, é a empresa que gere o património imobiliário do Estado, presidida por Jaime Andrez, e tem no seu portfólio, entre outras, as Águas de Portugal, a Companhia das Lezírias, a TAP e a Baía do Tejo.

Estranho é que, não obstante ser acionista minoritária, não estivesse ao corrente de todas as agora polémicas decisões tomadas. E estando ao corrente, não tivesse informado o primeiro-ministro do que se estava a passar, mais se estranhando a afirmação de Costa acerca da Galp: “quem se porta assim tem de levar uma lição“, proferida talvez no calor da refrega autárquica e entretanto clarificada: “A pretendida lição não é mais do que a utilização do Fundo de Transição Justa e a aplicação da legislação para proteção dos trabalhadores e do futuro do território“.

Afinal, um mero plof circunstancial / eleitoral…

Só mais uma breve nota… António Costa volta pela 3ª vez a Viseu (às três é de vez…) no contexto da campanha autárquica, enquanto secretário-geral do PS, para apoiar a candidatura de João Azevedo. Espera-se que seja desta que anuncia algo de substantivo para o Concelho, embora o Compadre Zacarias, confuso, jure a pés junto que isso seria enquanto primeiro-ministro de Portugal…

 

(Fotos DR)

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