“O senhor acredita que Vladimir Putin seja um assassino?” — “Sim, acredito.”

Este grau de acusações e ameaças deixa as duas super potências num altíssimo patamar de tensão, num período conturbadíssimo da política mundial. Não é impunemente que se trocam galhardetes deste teor e não é infundadamente que Biden acusa o seu homólogo de “assassino”. E agora? Como vai Biden concretizar a sua retaliação? Putin vai “pagar um preço”, afirma. Como? Qual?

  • 12:51 | Quinta-feira, 18 de Março de 2021
  • Ler em 2 minutos

Numa entrevista concedida por Joe Biden à ABC, à pergunta do jornalista George Stephanopoulos se considera Putin um assassino, Biden é taxativo no seu “sim”.

Ao que é alegado pelo governo norte-americano, existem documentos comprovativos do envolvimento de Putin nas eleições de 2020, neste país. Mais, em consequência do acto e das provas que o consubstanciam, Biden afirma que Putin irá pagar por isso.

Este grau de acusações e ameaças deixa as duas super potências num altíssimo patamar de tensão, num período conturbadíssimo da política mundial. Não é impunemente que se trocam galhardetes deste teor e não é infundadamente que Biden acusa o seu homólogo de “assassino”. E agora? Como vai Biden concretizar a sua retaliação? Putin vai “pagar um preço”, afirma. Como? Qual?


Putin terá alegadamente agido no sentido de atacar e apoucar a imagem de Biden visando a reeleição de Trump. Porquê? Talvez por Putin ter Trump na mão e fazer dele a marioneta de suas conveniências, no xadrez político mundial. O que saiu gorado.

Evidentemente que Moscovo negou todas as acusações e chamou de imediato Anatoly Antonov, embaixador nos EUA para e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, discutir o relacionamento futuro entre os dois países. Mas deixou no ar a pairar uma contra ameaça: “Estamos interessados em prevenir a degradação irreversível se os americanos reconhecerem os riscos envolvidos”. Por seu turno, o porta-voz russo, Dmitri Peskov referiu que o relatório dos serviços secretos não tem nenhum fundamento, não tem nenhum rigor e não passa de um pretexto para a imposição de novas sanções à Rússia.

Aliás, no telefonema de Biden a Putin após a sua tomada de posse na Casa Branca, aquele deixou a advertência: “Conheço-o e você me conhece. Se eu souber que aconteceu uma ingerência eleitoral, então prepare-se” mas mais adiantou na entrevista dada “Na minha experiência, o mais importante ao tratar com líderes estrangeiros — e já tratei com muitos — é conhecer a outra pessoa” acrescentando que enquanto vice presidente de Obama se reuniu com Putin, o olhou bem nos olhos e não viu “uma alma” — o que quer que isto queira significar…

Provavelmente todos estes “mimos” não passarão de “avisos à navegação” e o grau de preocupação de Putin será mínimo perante estas ameaças indefinidas em termos de actuação concreta. Bravatas de líderes.

Putin, o “eterno czar”, que ainda anda às bolandas com Alexei Navalny, seu opositor, recém condenado a dois anos de prisão depois da tentativa de envenenamento, alegadamente pelos serviços secretos de Putin.

 

(Foto DR Agência Reuters)

 

 

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial