O ping-pong do PSD/CDS Viseu e os que vão sendo presos…

Os incidentes entre o CDS-PP e o PSD de Viseu, consequência da não aprovação da proposta de orçamento por parte daqueles e no decurso das declarações proferidas na última reunião ordinária da Assembleia Municipal, inquinaram as águas e azederam os leites. Num oco comunicado, o PSD veio dizer “não se sabe o quê” em defesa […]

  • 14:40 | Sábado, 15 de Novembro de 2014
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Os incidentes entre o CDS-PP e o PSD de Viseu, consequência da não aprovação da proposta de orçamento por parte daqueles e no decurso das declarações proferidas na última reunião ordinária da Assembleia Municipal, inquinaram as águas e azederam os leites. Num oco comunicado, o PSD veio dizer “não se sabe o quê” em defesa de “não se sabe bem quem”, lamuriando-se desconsolado e vitimizando-se muito. De seguida, a concelhia do CDS, abre guerra de comunicados em resposta à resposta da resposta à resposta. Quase como o caso “tu sabes que eu sei…” protagonizado pelo inefável líder Portas há uns anos. O pior é que estes comunicados, pela descontextulização e falta de informação clara e inequívoca só informam os insiders. Para quem vê de fora trata-se de um jogo de ping-pong ou de bilharda a ver quem manda o pau mais longe.
 
Coelho, primeiro-ministro, lá conseguiu mais um dos seus objectivos: privatizar a TAP. Se não foi uma plena privatização, andou perto. 66% da TAP alienada a quem der mais. A seguir, porque já pouco falta, virá a CGD. Seria interessante saber se há algum chinês que a troco de vistos gold quisesse comprar Belém e São Bento. Recheio incluído. Pires de Lima afirma “ter sido um acto de grande coragem.” Provavelmente, de novo ao fim de almoço…
 
Uma escandalosa lástima foi a detenção de mais de uma dezena de funcionários pertencentes a dois ministérios: da Administração Interna e da Justiça. Logo aqueles que mais directamente têm a ver com a Lei… num caso tentacular de alegada corrupção com a concessão dos polémicos vistos gold.
Paula da Cruz — coitada, até já tenho pena da senhora — mal sai de uma noutra se mete. Devia ir à bruxa das Cadimas…
Miguel Macedo permanece discretamente esfíngico como até aqui, no entendimento de que, quem não é visto não é lembrado — fenómeno, aliás muito praticado pela maioria dos ministros que mais parecem sombras adejantes e funéreas de Passos Coelho.
Ou seja, aprenderam a agir pela calada, a mandar os secretários de Estado dar a cara e, na sua ausência, catapultam para a ribalta os opositores da coligação para queimar: Mota Soares e Pires de Lima, este último por iniciativa própria, possível desdobramento de personalidade e vocação frustrada.
Só que, por explicar ficou ainda a sociedade de um ex-ministro e de um actual ministro com uma das detidas… firma de consultoria. Um infortúnio, talvez. Ou mera coincidência. É preciso ser muito parcimonioso na escolha dos sócios.
É um duro golpe naquelas duas tutelas terem detido, entre outros o director do Serviço de Emigrantes e Fronteiras e a secretária geral da Justiça, etc. A confirmação da detenção, o número de 200 agentes da PJ envolvidos na investigação, o apuramento de recebimento de percentagens de 10% e etc., o mais que se verá, descredibiliza, ainda mais, ministérios que deviam ser inatacáveis.
 
De tutela em tutela, como uma broa ressessa, Passos Coelho, obstinado e cego, vê esboroarem-se as pastas que integram o seu governo. O que, em boa verdade e com o aval silencioso e tartamudo de Cavaco, pouco parece incomodá-lo na porfiada e persistente saga de fazer pior do que em 1580, com a perda da nacionalidade e a entrega do reino à coroa de Espanha, perdendo assim Portugal durante 60 tristes anos, o seu estatuto de nação para ser província espanhola.
Agora há diferenças: mantém-se uma aparente autonomia, cosmética e de faz-de-contas, porque e de facto, a parte produtiva do rectângulo é angolana, chinesa, francesa, brasileira, norte-americana, colombiana, alemã e etc. e tal. O que faz destes governantes meros cabeças de turco da gestão corrente que lhes é imposta.
 
Nota final: depois dos despedimentos da SS para poderem privatizar este sector, entregando-o nas mãos de seguradoras e afins, 12 mil funcionários vão ser “requalificados” — cínico termo — enviando-os para a mobilidade com 60% do salário e depois 40, 20 e zero.
Urge requalificar este governo. É imperioso mobilizá-los para a rua, de modo a pôr termo a tanta e tão reiterada e despudorada malfeitoria.

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Publicado em Editorial