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Paulo Neto
Hoje foi difundida pela mais importante e prestigiada agência noticiosa portuguesa, a Lusa, uma interessante notícia cujo título é o seguinte: “Costa recebeu 11 prendas superiores a 150 euros”.
Perante tal sensacionalismo, contrariamente a muitos leitores que se ficam pelo título, a salivar, logo fomos ao âmago da peça.
Assim, ficámos a saber que e durante as suas viagens ao estrangeiro, o primeiro-ministro, que onde foi levou simbólica lembrança de Portugal, talvez um Galo de Barcelos ou uma jarra de Molelos – artefactos das Caldas podiam ser mal entendidos – terá recebido:
Um telemóvel Huawey P9; um drone “Phantom 3 advanced”; um jarrão em porcelana; um serviço de chá para seis pessoas; uma jarra; um serviço de jantar para 12 pessoas; um cubo forrado a azulejo; um prato decorativo em prata; peças decorativas em cerâmica e um faqueiro para 4 pessoas…
Mais nos informa a Lusa, neste “furo” jornalístico, que as “ofertas são registadas e o seu acesso é público”. E ainda clarifica que se encontram “fechadas num armário”, na secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros.
Depois de ter chegado ao fim da notícia (ou será uma “não-notícia”) sentimo-nos defraudados com a pelintrice dos governos ofertantes e pior ficámos por nela não constarem umas ações daquelas que o Núncio não viu fugirem para o Panamá, um lingote de ouro boliviano, um diamante da Sonangol, mesmo se pequenino, um teutónico Mercedes classe s, um penthouse em Copacabana… é que sempre ajudavam à economia portuguesa, mas… se retirados do armário onde estão, a sete chaves fechadas.
Não sendo um artigo de opinião, antes de informação, depois de muito matutarmos, ficámos muito regozijados com a seriedade dos nossos governantes, apesar do título que tanto prometia: “Costa recebeu 11 prendas superiores a 150 euros”…
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