O actual secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, foi presidente da câmara de Caminha.
No exercício das suas funções assinou um protocolo com uma empresa criada na hora para construção de um centro de exposições que dois anos passados não existe. Pagou no acto e à guisa de sinal a quantia de 300 mil euros.
Questionado sobre o assunto e seus contornos, Miguel Alves remete-se ao silêncio. António Costa, questionado sobre o assunto que envolve Miguel Alves, ao silêncio se remete.
Nem um nem outro parece quererem saber que esse insustentável manto de silêncio mais não faz do que avolumar as suspeitas sobre eventuais irregularidades nos contornos deste negócio.
“Quem não deve não teme”, diz o povo sábio. Mas diz mais, “Quem cala consente.”
Provavelmente tudo terá uma límpida explicação. Por isso, e sem fazer juízos de valor adivinhatórios, é da mais imperiosa necessidade que tudo seja explicado, por forma a afastar este manto negro da suspeição.
E Miguel Alves pode começar, respondendo a estas questões:
1. Quem é a empresa em causa e quem são os seus gestores/associados?
2. A que se deve esta dilação temporal de dois anos decorridos entre a assinatura do contrato e a actualidade?
3. Porque foram adiantados 300 mil euros?
4. Qual o teor integral do contrato firmado?
Este estado de coisas, a ter continuidade, dará razão à vereadora da autarquia, Liliana Silva, do PSD, quando afirma:
“A Câmara ficava presa a um contrato, 25 mil euros por mês, só para dar garantia a um privado. Ainda por cima, um privado que não ainda nem sequer tinha comprado terreno nenhum. As informações que nós temos é que os donos dos terrenos não chegaram a acordo, não quiseram vender os terrenos. Portanto, este contrato de arrendamento que foi feito não tem valor nenhum neste momento”…
(Foto DR)