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Paulo Neto
É da há muito conhecida a apetência dos políticos pelo desporto. Não quer dizer que sejam praticantes, mas tão somente aficionados. Ou então, meros oportunistas colados às modalidades com maior número de adeptos em Portugal, para daí tirarem dividendos carreiristas.
Quem não conhece, e por ordem alfabética por causa dos melindres, os políticos que colam ao Benfica, ao Porto, ao Sporting? Até e mesmo aqueles que se tornam experts na matéria para ir à televisão comentar jogos e jogadas, serem vistos e lembrados?
Por seu turno, quem ignora a apetência por cargos nas direcções do futebol, bem cientes das mordomias inerentes, das impunidades criadas, do poder conferido?
Agora, vem aí a nova vaga, a dos desportistas que decidiram consagrar as competências adquiridas no mundo do futebol para “proveito” da política autárquica nacional.
Temos o caso de António Oliveira, antigo seleccionador nacional, agora candidato pelo PSD à Câmara de Gaia.
Em boa verdade, conhecendo-lhe as aptidões enquanto “sporstman” e empresário, até estranhamos que uma individualidade de tanto sucesso venha revelar serodiamente a sua queda para a política activa, logo prontamente aproveitada pelo PSD, em crise de novos valores autárquicos. Todavia, deve reconhecer-se o grande espírito de cidadania e de missão subjacente à atitude, para se ir sujeitar ao “magro” salário. Ou então, como a riqueza nem sempre carreia poder, talvez este último deslumbre muito possível candidato dessa área oriundo. Se a moda pega, que grande “match”…
Eduardo Vítor Rodrigues, actual presidente do município de Gaia, o professor universitário da FLP, eleito pelo PS em 2013 e 2017, também presidente da Grande Área Metropolitana do Porto, que ao que sabemos não é tão dado a “futebóis”, nem do desporto-rei fez carreira… que se cuide.
(Foto DR)
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