O “coitadinho”

  Ninguém gosta de ser “coitadinho”, mas há os praticantes crónicos dessa síndrome do medo de encarar a vida de frente. O “coitadinho” é sempre uma vítima das circunstâncias, que alardeia ser culpa dos outros tudo o que acontece. Gente que não cresceu como ser humano portadora de desequilíbrio emocional profundo. Gente focada no seu […]

  • 16:41 | Sábado, 19 de Novembro de 2016
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Ninguém gosta de ser “coitadinho”, mas há os praticantes crónicos dessa síndrome do medo de encarar a vida de frente.
O “coitadinho” é sempre uma vítima das circunstâncias, que alardeia ser culpa dos outros tudo o que acontece. Gente que não cresceu como ser humano portadora de desequilíbrio emocional profundo. Gente focada no seu sofrimento e incapaz de abranger a solução dos seus problemas.
Entre lamentos e ais, reclamações e protestos, cada dia que passa vê agravada a sua incapacidade de encarar suas insuficiências e a realidade à sua frente. O “coitadinho” vive uma obsessão permanente. Fala daquilo que o obsessiona, da sua ideia fixa. São um disco riscado numa imparável cacofonia que, a certa altura, ninguém além do próprio consegue ouvir. É um “chato”.
Albert Einstein disse uma vez: “Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.”
Este é o drama de Passos Coelho. O não reconhecimento do falhanço das suas políticas. A não aceitação de que deixou de ser primeiro-ministro. A recusa de perceber a realidade envolvente que mostram o contrário da sua tese, das suas ideias, do seu programa… A sua “financeirização” de uma política desumanizada, virada para o regabofe dos mercados, cilindrando toda a política social e vendendo ao desbarato o país em nome de uma falaciosa austeridade; a sua subserviência à Alemanha de Schaüble e a um PPE ao serviço dos mais ricos, colocando-se de cócoras numa EU fracassada, não lhe permite assumir que há outras políticas, outras posturas, outras estratégias, outras realidades; o seu virar costas ao seu país e ao povo do seu país…
O “coitadinho”, que já nem no PSD aturam, anda por aí diabolizando, demonizando os outros que fazem o que ele não logrou fazer. Ao menos que seguisse o “exemplo” do seu “sócio” Paulo Portas, algures a receber a recompensa das suas “boas acções”. Ou seja, desamparar o canto ou então, em canto dolente, dedicar-se ao fado triste e pungente numa viela escura da Mouraria.
 

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Publicado em Editorial