Hospital Tondela Viseu: A eterna luta entre doentes, jornalistas e políticos

Os políticos procuram-no em busca de uma falha, de um erro, de uma promessa incumprida – as cumpridas já não interessam – também eles buscando conteúdos para dizerem: “Eu estou aqui!”. Mesmo aqueles que noutras latitudes, médicos-políticos, se voluntarizam para, depois, em frente às camaras, ar pungido e discurso dorido e trágico, virem carpir a dor envolta em retórica da agenda parlamentar.

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    • 13:45 | Sexta-feira, 22 de Janeiro de 2021
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    O Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) tem sido um polo catalisador de doentes… de jornalistas e de políticos.

    Os doentes, recorrem a ele com o mal no corpo e a esperança na mente. Sabem que ali encontrarão fantásticos profissionais de saúde que, com um enorme espírito de missão, devoção e dedicação tudo farão para os curar, para os salvar.

    Os jornalistas acorrem a ele para fazer a notícia do dia. Não interessa que seja em busca do inferno ou do paraíso. Há que criar conteúdos para os canais sedentos deles e para o público que busca informação, ou sensação.


    Os políticos procuram-no em busca de uma falha, de um erro, de uma promessa incumprida – as cumpridas já não interessam – também eles buscando conteúdos para dizerem: “Eu estou aqui!”. Mesmo aqueles que noutras latitudes, médicos-políticos, se voluntarizam para, depois, em frente às camaras, ar pungido e discurso dorido e trágico, virem carpir a dor envolta em retórica da agenda parlamentar.

    Tempos novos. Retóricas em mixt de angústia, intuição, palpite e sensação para o minuto de glória. A todo o transe, custe o que custar, mesmo à custa do sofrimento dos outros e da dedicação dos puros.

    O autarca de Viseu, que defendia há dias num dos programas televisivos onde tanto gosta de se mostrar, o encerramento dos tribunais – que ainda têm tutela – lá sabendo porquê, fez o que lhe competia em relação ao pavilhão do Fontelo (a vida não é só representação). Infelizmente, a parlapatice tolheu-lhe a boa nova, com esta “pérola”:
    “Enquanto os outros se encolhiam (…) o Município de Viseu ‘chegou-se à frente’: a estrutura de rectaguarda já nos custou 50.000 €.”

    Mas 50 mil para quem gastou milhões em festarolices sem proveito, representam afinal o quê?

    Os munícipes que pagam em impostos o dinheiro que a autarquia gasta, não lhos merecem? Este duvidoso “filantropo” do “já nos custou 50.000” será capaz de explicar este “nos”? Pagou do seu bolso?

    Tempos de cinza e cal. De protagonismos lorpas e de atitudes bacocas…

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