O dia 30 de Janeiro vai ser decisivo para os líderes do PS e do PSD. Costa pede maioria absoluta para poder governar sem as geringonças que lhe inviabilizaram o orçamento e provocaram eleições antecipadas. Rio já só pede a vitória, ciente de que uma geringonça à direita lhe garante as condições exigidas à governação.
Provavelmente ambos andarão longe da realidade que vão encontrar. Para Costa uma vitória sem maioria e, consequentemente, para Rio uma derrota que, no cenário açoriano pode dar o vale tudo com as alianças com o Chega, a IL e o CDS, ciente de quão difícil será a Costa a (re)união com o PCP, os Verdes e o BE, tendo como único possível aliado o PAN.
Num cenário destes, decerto a dupla Jerónimo e Catarina, na iminência do volte-face à direita, engolirão os sapos necessários para o evitar. E aí, voltaremos ao que estava.
Curioso será saber quem vai dar o tiro de partida para as coligações, sendo certo que se Rui Rio se coligar com o Chega, a breve trecho perecerá com o “beijo da viúva negra”.
Numa recente entrevista à CNN, António Costa, questionado se entrevê uma aliança pós eleitoral com o PSD responde: “O país não precisa de governos provisórios de dois anos, o país precisa mesmo é de estabilidade durante quatro anos. Não. Esse é um cenário que nunca se colocará”.
Naturalmente que tudo o que hoje se diz perderá validade a 31 de Janeiro, dependendo dos resultados obtidos, mas no final de Novembro, já o líder do Chega se adiantava:
“No dia 30 os portugueses vão-se perguntar: muito bem, há 10% ou 15% para o Chega e depois há 20% e tal ou 30% para o PSD, qual é a solução? Se Rui Rio preferir dizer, ‘mesmo assim a solução é governar com o PS’, pois nós continuamos na oposição e continuaremos com gosto e garra a fazer o nosso trabalho”.
(Foto DR)