Carlos Moedas deu o mote. Se eu consegui em Lisboa, Rio consegue em Portugal. E de facto, quando Moedas a quem todas as sondagens davam uma derrota conseguiu ganhar Lisboa a Medina, enviou um sério sinal aos sociais democratas e aos socialistas, se tiverem a sensatez de o ouvir.
Talvez por isso, com o “cheiro do poder” a pairar no ar como um inebriante perfume, as hostes presentes em Santa Maria da Feira se congregaram em torno do líder. Talvez por isso, Rui Rio no seu discurso de encerramento, desfechou a torto e a esmo um ataque cerrado todo centrado naquilo que considerou serem os erros da governação socialista, mormente os cometidos nas pastas da Educação, Ambiente, Saúde e Interior.
Todavia, este élan dado também pela última sondagem de opinião da Aximage encomendada pela TSF-JN-DN, que dá ao PSD 33,2% das intenções de voto dos portugueses contra os 35,4% do PS em queda, é paradoxalmente contrariado pelo próprio presidente do PSD ao admitir um cenário de viabilização de um governo socialista, aceitando assim a vitória rosa, caso este não alcance a situação de maioria absoluta.
E é aqui que aparecem as direitas “cheganas” do PSD a admitir a solução governativa implementada nos Açores. A coligação direitista pós-eleitoral do PSD, IL, CDS e Chega, num cenário de poder pelo poder, vendendo a “alma ao diabo” e afastando o PSD da sua matriz ideológica de centro-esquerda. Daqui a questão: se Ventura “nasceu” no PSD e criou o Chega, porque é que os seus adeptos sociais-democratas não se juntam a ele, abandonando definitivamente o PSD, onde parecem estar contrariados?
Em suma, a 40 dias das eleições, não há garantias para ninguém e muito há a fazer, de parte a parte, para alcançar uma vitória, que pode muito bem vir a ser vitória de Pirro…
(DR TSF-JN-DN)