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Paulo Neto
Claro está que os orfãos de Estaline e os indefectíveis discípulos de Putin, esperançados na neo-glória do império estalinista, acharão normal que uma espécie de justiça saudosa de Lubyanka, em estilo tribunal plenário do Estado Novo português, tenha condenado o opositor presidencial de Putin, ontem, dia 22 de Março, a mais nove anos de prisão, além dos dois anos e meio a que já fora condenado, agora acusado de “crimes de fraude e desacatos”.
Mais, Navalny, a cumprir pena na prisão de Pokrov, a 100 quilómetros de Moscovo, vai agora ser transferido para uma prisão de alta segurança – é criminoso perigoso por ser candidato contra Putin – algures longe do mundo, provavelmente num qualquer gulag siberiano.
Alexei Navalny, detido desde 2021, com a primeira condenação cumprida em meados de 2023, estaria em liberdade para se candidatar em 2024 contra o “permanente e eterno” Putin. Isto depois de ter sido “infelizmente” salvo, num hospital alemão, da tentativa de envenenamento nunca investigada de que fora vítima em 2020.
Cereja em cima do bolo, os advogados de Navalny, à saída da farsa judicial, enquanto falavam com os jornalistas, foram detidos por musculadas forças policiais do regime.
Este é o timbre e o tom das acções do déspota russo, notório em todas as atitudes que o contrariem, sejam elas oriundas de um Estado independente como a Ucrânia, sejam advindas de um adversário político deste oligarca perdido no tempo das mais ignominiosas ditaduras, desafiador perigoso e arrogante da Humanidade, escudado com a letalidade das suas armas nucleares, reinventado por uma censura total que cala e adultera a verdade dos factos, protegido por uma justiça servil, financiado pela corrupção dos milionários que o “adoram” e tendo por guarda-costas as forças militares incensadas de mordomias.
(Fotos DR)
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