Não sei o que hei-de fazer aos miúdos… desabafava uma mãe perante o fecho dos ATL e dos centros de explicações decretado pelo governo.
Sobre o encerramento ou não das escolas devido à capacidade de transmissão do Covid 19, decidiu o ME mantê-las abertas, com aulas presenciais ao invés do seu encerramento e adopção de aulas à distância. A dualidade de critérios não está muito bem explicada. Talvez “dificuldades de comunicação”, como alega uma delegação de Saúde algarvia perante o número de alunos, professores e auxiliares infectados. Talvez comunicar, tornar comum, partilhar não seja deles apanágio e competência. O que aliás se vai vendo um pouco por todo o país.
Independentemente de muitas escolas manterem as portas abertas até depois do período normal de aulas, facultando ATL’s, um tecto de abrigo e adultos responsáveis para tomarem conta dos jovens, há casos onde tal não sucede, de acordo com as necessidades dos pais e encarregados de educação.
Outra questão se coloca. Para que serve afinal a Escola? Será ela um suplemento à obrigação dos pais cuidadores? Além de um lugar de ensino e aprendizagem, deverá ser também o reduto ocupacional (?) 12 horas por dia das crianças, dos jovens, dos adolescentes? E há meios para tal?
Evidentemente que compreendemos que o pai vai trabalhar, que a mãe trabalhar vai, que os avós, a existirem, não podem tomar conta dos netos pelo factor de risco que representam. Então qual a alternativa para a grande maioria dos casais?
Os ATL’s e Centros de Explicações eram até aqui uma forma de resolver o problema. Agora, com o seu encerramento, o problema fica em aberto, outra questão pertinente se colocando: Afinal, muitos pais querem que lhes tomem conta dos filhos ou que os ensinem, ajudem, entretenham? Provavelmente ambas. Certo é que pais e filhos, em geral, saem bem cedo de casa e apenas à noite se reencontram. Que fazer com os filhos nessas 12 ou mais horas de separação? Esta é a grande interrogação.