Esta é uma irrefragável verdade. Contudo, pouco ou nada se ouve que lhe seja favorável, em abono da veracidade e bom rigor.
Hoje, a Viseu Marca é uma inesgotável fonte de controvérsias que vão desde a equivocidade da prestação das contas públicas, até à estranheza da estrutura societária, ao papel passivo e conivente desempenhado pelas duas instituições que, juntas, fazem a maioria accionista com 52% contra os 48 da Câmara Municipal de Viseu, até à gestão onde pontifica a família Sobrado ou às polémicas acerca da Feira de S. Mateus e do autocrático e crónico desrespeito pelos seus feirantes, que lhe dão cor e vida.
No site oficial da dita Viseu Marca pode ler-se: “A Viseu Marca é a associação de marketing territorial e de branding de Viseu. Uma nova associação, criada em 2016, que nasce para promover a marca da cidade, os nossos talentos, grandes acontecimentos e realizações. Somos uma plataforma de ideias e de criatividade que assenta numa estrutura de programação de eventos com potencial turístico e impacto comunitário.”
Nesta retórica de 3 ao vintém, o texto continua dando-nos a palavrosa ilusão da positividade dos seus intentos: “Trabalhamos todos os dias a pensar em quem passa pela cidade de Viriato: nos que vivem e trabalham cá, naqueles que nos visitam e nas empresas e pessoas que querem investir na nossa cidade-região.”
Para concluir afirmando o que ninguém almejou ver: “Na Viseu Marca temos uma missão – levar Viseu a todos os cantos do país e até mesmo além-fronteiras. Fazer com que todos os portugueses conheçam a cidade-jardim e a sua identidade. As suas tradições e costumes. Tudo o que sabemos fazer bem. Queremos trazer os de fora e potencializar Viseu como um destino turístico mas, acima de tudo, agradar aos de cá.”
Esta plataforma de “ideias e criatividade” naufragou no seu primordial intento, pois se a Feira de S. Mateus já promovia Viseu, nada de realmente substantivo e, como hoje se diz, “impactante” acresceu ao conceito.
A Viseu Marca pensa todos os dias naqueles que vivem e trabalham em Viseu. Talvez, durante a sesta e num sobressalto de sono, para num ápice se virar para o outro lado e continuar no porfiado descanso dos “justos”.
Os missionários da Viseu Marca continuam na venda das “meiinhas de Barcelona”, dizem eles que a pensar todos os dias em nós, que reverentes agradecemos, por educação e cortesia, sem sabermos bem o quê. Propalando o auto-elogio do “fazer bem”, que em boca própria é acintosa fanfarronice, o objectivo de fazer de Viseu o “destino turístico”, após rios de dinheiro gastos no alimento da megalomania deslumbrada, foi mais um “flop” ou “inconseguimento”, o que todos os viseenses sem antolhos de gamela, já há muito perceptibilizaram.
Finalmente, a AIRV comandada desde há tempos imemoriais por João Cotta, aqui mais o seu micro parceiro da ACDV, tendo 52% do “bolo” e nada sancionando, antes tudo ratificando, ficam como neste tribal retrato de família?
Um dia se verá, quando os tempos mudarem e a Viseu Marca for eventual objecto de imparcial auditoria, qual a responsabilidade de todos estes actantes, por assumida actividade ou disfarçada passividade.