Hoje será debatido na Assembleia da República o apoio (ou auxílio financeiro?) às farmácias.
Ontem foi o auxílio financeiro à TAP, que já foi transportadora aérea portuguesa. Foi longo o seu processo de privatização, firmado pelo governo de Passos Coelho e Paulo Portas em 2015, com a venda de 61% do capital ao consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman.
Machado, Frasquilho, Dourado, Pinho, Trindade e Meneses, são os representantes do Estado português, nomeados em 2017.
Na semana anterior foi o auxílio financeira ao Novo Banco, capitaneado pelo CEO maravilha, António Ramalho. E assim, retroactivamente, em plurais casos com a banca, os portugueses (os mesmos que passam horas sob um sol impiedoso, de máscara às portas da CGD do milagreiro Macedo) são chamados a dar para mais um peditório.
O sector das farmácias quer o quê? Algum dia, essa que foi ou é uma mina de ouro, dividiu os vultuosos lucros, mesmo em meras acções solidárias, em tempos de crise, com os portugueses que passam dificuldades, senão fome?
Lembremo-nos do negócio de João Cordeiro, o ex-presidente da Associação Nacional das Farmácias e ex-candidato PS à câmara de Cascais, com os nove milhões em máscaras adjudicados, em ajuste directo da DGS à Quilaban (empresa de Cordeiro), dos quais três milhões em máscaras com certificado inválido ou falso?
Há uma imoralidade, senão obscenidade, nisto tudo. A engorda de alguns, recorrentemente os mesmos, à custa de um povo sofrido e sugado até ao tutano, a sistemática desresponsabilização dos “mendigos” de ocasião, a óbvia e insaciável sofreguidão de “classes” cronicamente sócio-dependentes… mostra um país complacente com certos lóbis, encostados aos poderes de circunstância e serventuário servil dos mesmos de sempre.