Manifestação dos Bombeiros – estado de graça do Governo em causa

À CS, os membros do Governo, com excessiva emocionalidade na busca de atenção, histriónicos, vitimizam-se e jogam ping-pong com as culpas que, qualquer dia remontam a 1128 e à batalha de S. Mamede.

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  • 14:37 | Quarta-feira, 02 de Outubro de 2024
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Este governo liderado por Luís Montenegro tem usufruído de bastante simpatia da comunicação social e dos comentadores que lhe são afectos.

Tem usufruído da paciência das diversas classes profissionais cujos desideratos prementes tem sabido dilatar com maviosas fórmulas retóricas e vácuas promessas.

Firmado no “deixem-nos governar!” ou “só aqui estamos há seis meses!”, tem usufruído da tolerância de quantos reivindicam melhores condições salariais e laborais.


No caso concreto, o anterior governo de António Costa começou pela Polícia Judiciário e o subsídio de risco que lhe atribuiu. Depois, em catadupa, com Luís Montenegro vieram as forças de segurança, PSP, GNR, Guardas Prisionais e Forças Armadas.

Agora, legitimamente, os Bombeiros de Portugal, fartos de serem heróis nas redes sociais, na CS e na boca dos governantes, mormente na daqueles que vão aos funerais dos bombeiros mortos no combate aos incêndios, exigem também um subsídio de risco.

Todos estes subsídios de risco são merecidos. Não temos competência para ajuizar se uns são mais ou menos merecidos que outros, nem tal vem à colação. Não se pode é deixar de fora uns e contemplar outros. Qual o critério, afinal?

Com a chegada de Outubro, vemos os médicos, os enfermeiros, os professores, os funcionários judiciais, et al em pé de guerra, cansados das boas graças concedidas e das promessas que não se concretizam.

À CS, os membros do Governo, com excessiva emocionalidade na busca de atenção, histriónicos, vitimizam-se e jogam ping-pong com as culpas que, qualquer dia remontam a 1128 e à batalha de S. Mamede.

É interessante ver como atiram culpas aos opositores políticos e como, com muito tempo de antena, e com carpida compunção se auto ilibam de qualquer pecado ou imputação.

Mas pelos vistos, e hoje estamos a vê-lo às portas da Assembleia da República, para tudo haverá limites e estes limites já não esticarão muito mais.

A uma semana da aprovação do OE – ou não – os bombeiros portugueses, mal refeitos do combate sem tréguas aos incêndios de Setembro reclamam o que é inegavelmente justo. Querem que as suas legítimas pretensões sejam consideradas neste mais que todos polémico OE.

Se o governo não o fizer, terá como adjuvante o Inverno que aí vem para, no estio que se lhe seguirá, voltar a glorificar e a chamar de heróis os bombeiros portugueses.

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Publicado em Editorial