Este governo liderado por Luís Montenegro tem usufruído de bastante simpatia da comunicação social e dos comentadores que lhe são afectos.
Tem usufruído da paciência das diversas classes profissionais cujos desideratos prementes tem sabido dilatar com maviosas fórmulas retóricas e vácuas promessas.
Firmado no “deixem-nos governar!” ou “só aqui estamos há seis meses!”, tem usufruído da tolerância de quantos reivindicam melhores condições salariais e laborais.
No caso concreto, o anterior governo de António Costa começou pela Polícia Judiciário e o subsídio de risco que lhe atribuiu. Depois, em catadupa, com Luís Montenegro vieram as forças de segurança, PSP, GNR, Guardas Prisionais e Forças Armadas.
Agora, legitimamente, os Bombeiros de Portugal, fartos de serem heróis nas redes sociais, na CS e na boca dos governantes, mormente na daqueles que vão aos funerais dos bombeiros mortos no combate aos incêndios, exigem também um subsídio de risco.
Com a chegada de Outubro, vemos os médicos, os enfermeiros, os professores, os funcionários judiciais, et al em pé de guerra, cansados das boas graças concedidas e das promessas que não se concretizam.
À CS, os membros do Governo, com excessiva emocionalidade na busca de atenção, histriónicos, vitimizam-se e jogam ping-pong com as culpas que, qualquer dia remontam a 1128 e à batalha de S. Mamede.
Mas pelos vistos, e hoje estamos a vê-lo às portas da Assembleia da República, para tudo haverá limites e estes limites já não esticarão muito mais.
A uma semana da aprovação do OE – ou não – os bombeiros portugueses, mal refeitos do combate sem tréguas aos incêndios de Setembro reclamam o que é inegavelmente justo. Querem que as suas legítimas pretensões sejam consideradas neste mais que todos polémico OE.
Se o governo não o fizer, terá como adjuvante o Inverno que aí vem para, no estio que se lhe seguirá, voltar a glorificar e a chamar de heróis os bombeiros portugueses.