Lúcia Silva, solidária com o seu camarada João Paulo Rebelo, emitiu um comunicado com o título “Almeida Henriques e a sua capacidade de lidar com as críticas”, conjuntamente assinado pela referida, por Adelaide Modesto e Manuel Mirandez, onde “lamenta a incapacidade do presidente da Câmara Municipal de Viseu em lidar com as críticas que lhe são apontadas”. E isto a propósito de uma entrevista dada por Rebelo a um jornal local do qual foi co-proprietário com João Cota Rebelo, penso que empresário e membro da AM pelo PSD e Francisco Rebelo, do grupo Lena Comunicação, SGPS — “os 3 rebelos“.
Em boa verdade, no tempo em que foi co-associado desse periódico e, concomitantemente vereador da oposição pelo PS na CMV, nunca lhe ouvimos tão assanhadas críticas. Pelo contrário, o órgão de comunicação que co-administrava, até lhe tecia encómios. O que é naturalmente muito compreensivo.
Entretanto, Rebelo, o João Paulo, é eleito deputado. Na véspera de tomar posse vende a sua quota no semanário local para assumir o digno lugar de representante da Nação em exclusividade – sempre ajeita o salário… De seguida, com o elevador partidário sempre bem oleado, chega a secretário de Estado da Juventude e Desportos, de onde ninguém mais o tirou, nem para ser o natural candidato no terreno contra o Almeida Henriques, o tal que criticou agora no papel do seu ex-jornal…
Fulgurante e limpa ascensão de um jovem empresário de sucesso. Quase um study case de sucesso político-partidário.
Presentemente, confortável e comodamente instalado, rodeado de amigos locais – até no gabinete da governação – vem façanhudo tecer críticas a Almeida Henriques. As tais que noutro tempo não se lhe ouviam.
Almeida Henriques, no seu escasso fair-play, veio à esperada luta, naquilo que o comunicado em epígrafe apoda de “acção gratuita e destituída de sentido” e elencando de seguida, numa arqueologia recente, as recorrentes incompatibilidades de AH com a Cim Viseu Dão Lafões, com o Turismo do Centro, com as direcções do Teatro Viriato e do IPV, “provando a sua incapacidade relacional na gestão de conflitos e colocando o ego pessoal acima das necessidades do Concelho.” Apre…!
Estamos perfeitamente de acordo, cara Lúcia Silva… mas, se quer a minha singela opinião, entre o ofendido e o ofensor, que venha o demo e escolha, porque aqui não destrinçamos muito bem a quem cabem os cinematográficos papéis, “o de bom e o de mau da fita”…
(foto DR)