Quando há em Portugal quem entenda que o Estado devia pagar, pelos clubes, os ordenados dos jogadores de futebol, não é de admirar que muitos outros sacripantas de sectores diversificados, estejam de dedo estendido à boleia do Estado Social, por tantos deles tão criticado e agora reclamado.
A banca reuniu com o presidente da República. Este, à saída da reunião, optimista, diz-se “motivado” e elogia a banca neste contexto de pandemia depois de há dois dias dizer que “A banca deve ao país”.
Nunca as aragens sopraram tão sarilheiras nos cataventos deste país. Claro que os bancos vão ajudar – só este verbo é já obsceno – mas… com eles há sempre um “mas”, “mas se o Estado der garantias”. Alguém esperava o contrário?
A Suécia, até aqui a encarar a pandemia de forma despreocupada, mudou de atitude ao 400º morto pelo Covid-19.
Se mudasse antes quantos destas vítimas seriam poupadas? Claro que a conjunção condicional é tramada, se a minha bisavó não morresse ainda hoje estaria viva…
E o Monsieur de La Palice, não diria melhor, aquele que, quase a fazer concorrência ao CM, viu assim noticiada a sua morte:
“O Senhor de La Palice
Morreu em frente a Pavia;
Momentos antes da sua morte,
Podem crer, inda vivia.”
A Holanda, com a terceira taxa de mortalidade mais elevada da Europa, com os hospitais sem capacidade de resposta para o elevado número de infectados entretanto surgidos, esgotados os recursos, a mandar doentes para a Alemanha, apela à solidariedade.
Estranhíssimos e irónicos tempos estes…