Há órgãos de comunicação social que têm uma forma muito interessante de divulgar notícias. O CM é um deles. Centrado no sensacionalismo, é uma grosseira cópia de certos tablóides anglo-saxónicos que funcionam movidos pelo lema de dar ao público aquilo que ele “adora” ler.
Do escândalo corriqueiro, ao crime de faca na liga, às resmas de morte e sangue na calçada, aos anúncios da mais velha profissão do mundo, às perseguições a certos políticos mais afectivamente electivos, neste quotidiano, como no Planalto Beirão, cabe muito lixo.
E porém as vendas dizem-nos que a receita resulta. Logo, há que dar ao consumidor o que ele aprecia consumir.
Contudo há zonas onde o “obsceno” atinge limites dificilmente aceitáveis. Já nem falamos no politicamente correcto ou incorrecto, não convocamos a ética, tão pouco um código deontológico… Há margens intransponíveis para a comunicação social em Portugal. Ou não. O CM ignora-as. É uma opção editorial. Com riscos. Na lógica do importante é falarem de nós, mal ou bem… Aqui, na lógica do fundamental é vender, a qualquer custo.
Estranho é haver uma Entidade Reguladora da Comunicação, designada de ERC, esfingicamente alheada e que tem como função primordial dar cabal cumprimento ao nome que tem… Ou não?
Quando todos os meios justificam os fins e quando parece que esses meios coabitam com estranhos beneplácitos, poderemos conjecturar estarmos a falar de farinha do mesmo saco?
Na 1ª página e sob o título
“Integração
Costa chama cega e cigana para o governo”
Está patente, sem mais palavras, o jornalismo que e até, requintadamente, se dá ao trabalho de destacar palavras para as evidenciar.
Claro está que e sob pena de descrédito e boçal cumplicidade, o senhor Magno, ERC’s boss vai tomar uma posição acerca do assunto. Não temos dúvidas. Ele não é um frouxo e a instituição que comanda não é um “verbo de encher”.
Pela nossa parte, deixamos-lhe aqui o email da ERC, para poder perguntar a opinião de quem regula:
info@erc.pt