O futebol e a política têm, entre outras, uma coisa em comum… mexem com muitos milhões. E quando estão em jogo muitos milhões, os “players” transmutam-se em ferozes aves de rapina a trucidar alarvemente o repasto. Ou o festim.
Os festins do futebol já estão a dar provas da sua letalidade. Onde aconteceu, as vítimas de contágios aumentaram insustentavelmente. Em Lisboa. No Porto. Agora em Wimbledon.
Os adeptos irracionalizam-se na sua paixão. E claro, deixam de pensar com a razão. Boris Johnson, primeiro-ministro inglês prevê que o número de infectados, após o encontro Inglaterra – Itália e as horas que se lhe seguiram, aumente para os 50 mil.
As imagens que as televisões transmitiram são a prova disso. Por toda a Inglaterra, no afogar do desgosto e por toda a Itália no festejar da vitória.
Entretanto, Vítor Fernandes foi hoje suspenso para a nomeação de administrador do Banco Português de Fomento. Porquê? Por alegada ligação a Luís Filipe Vieira no “aconselhamento bancário”, segundo se terá apurado no decurso do Processo Cartão Vermelho.
Recordemos que Vítor Fernandes fora confirmado pelo ministro Siza Vieira, em Fevereiro deste ano para Presidente do Conselho de Administração do BPF. Vítor Fernandes foi administrador do Novo Banco e de outras instituições bancárias. Independentemente desta “indicação”, ela teria que ser ratificada pelo Banco de Portugal. O que e pelos vistos já não acontecerá.
Afinal o que é o BPF? Um banco criado pelo governo em 2020 com a exclusiva missão de “promover a modernização das empresas e o desenvolvimento económico e social do país”. Este banco tem quatro accionistas. A saber, o IAPMEI com 47%, a Direcção Geral do Tesouro e Finanças com 41,2%, o Turismo de Portugal com 7,9% e a AICEP com 3,7%. A estas instituições competia a indicação presidente e do vice-presidente.
Segundo um semanário nacional, Vítor Fernandes “é suspeito de ter transmitido informação privilegiada a Luís Filipe Vieira”.
Em causa e investigação do MP estarão 408,9 milhões de euros de dívida do suspenso presidente do SCB, após a sua reestruturação por proposta de Vítor Fernandes e respectiva aprovação por António Ramalho.
E acabamos como começámos, a política e o futebol, quando dão as mãos, é caso para pensar… quem vai ganhar milhões? E quem os vai perder? Esta última é de resposta fácil… o contribuinte português, mesmo e se de gorro do clube na cabeça, cachecol ao pescoço e camisola ao peito.