Pelos reiterados “incidentes” fortalecemos a ideia inicial, que vem desde o tempo que antecedeu a sua entrada na CCDR-c, e o seu processo com o então presidente Pedro Saraiva, de que Ana Abrunhosa é mais um dos erros de “casting” de António Costa.
António Costa, que está quase com o belo “score” de uma polémica por semana. Bem sabemos que as controvérsias animam as abulias sanguíneas e, por vezes até, geram o “brainstorming” eficaz para a prossecução de projectos. Mas… o que é de mais é moléstia.
O ser e o parecer há séculos que se apresentam como lema, após o imperador Júlio César o ter transmitido a sua mulher Pompeia . “À mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta.”
Também a todos aqueles que são servidores e gestores da res publica urge estar a cima de qualquer suspeita ou, mesmo que não sejam ilegais, acima de atitudes eticamente questionáveis. Evidentemente, que de forma alguma se questiona a honestidade e a integridade da ministra. Apenas estas “petites gaffes”.
E contudo, nada existe de “pecaminoso” no choro. Pelo contrário. Até de alegria se pode chorar, sendo mais comum, chorar-se por sofrimento, perda, mágoa, dor.
Ana Abrunhosa havia cautelarmente requerido parecer à PGR sobre o assunto. A PGR considerou nada haver de ilegal no facto do seu marido ter obtido fundos europeus num montante superior a 130 mil euros, para uma empresa sua.
Aqui deveria entrar o ponto final, não fora a intervenção da solidária e talvez também comovida deputada do PS, Isabel Guerreiro, a solicitar apagar a intervenção do deputado da IL e retirar esse momento da gravação.
Ademais agravado por ser a mesma deputada advogada e membro da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias.
Há momentos infelizes, a Censura implícita a esta atitude é lamentável. É também lamentável que estejam a vir à tona de água, recorrentemente, polémicas isoladas e, no fundo, de lana caprina, mas que põem em causa a credibilidade de um governo maioritário, que não consegue ser síntono e sínfono nas posturas e atitudes dos seus membros.
(Foto DR)