O post infra foi tirado hoje do facebook. (Com o devido respeito a uma pessoa que estimo).
“Para os da Propaganda isto é demagogia. E então eu sou um tonto, porque choro com demagogias.
Estava agora mesmo numa fila e um senhor diz-me sem olhar para mim: Estou desempregado. Paga-me o almoço?
Paguei, claro. E pedi desculpa… Por não almoçar com ele.
Vim embora, e não consegui controlar-me durante muito tempo.”
Na minha perspectiva, neste gesto, cabe o português. O Ser português. Aquele que nos dias da recolha de donativos para o Banco Alimentar, com escasso dinheiro, vai de propósito ao supermercado comprar leite, arroz e massa que, por vezes, lhe escasseiam em casa. Esse.
Aquela que sai de casa ao fim de um dia de trabalho, deixa sua família e conforto, para dar pão e calor humano aos sem-abrigo. Essa.
Aqueles que olham o outro e com altruísmo lhes estendem a mão e uma refeição. E lhes matam a fome. Esses.
Temos um país transbordante de vítimas. Gente de bem e inocente a sucumbir às mãos destes algozes. Um ladário de novos pobres que perdeu o emprego, perdeu a casa, perdeu a família, perdeu a dignidade cidadã, perdeu a saúde, perdeu a sanidade física e mental, perdeu a reforma, retalhada para salvar bancos, ppp’s, swaps e demais tresvairos de gente impune à amoralidade iníqua do seu agir.
Todo o governo que aniquila o Estado social e centra a sua operacionalização no enriquecimento de minorias, encapotamento de piratarias e no desbaratar de direitos há décadas adquiridos, porfiado no empenhamento da destruição do património colectivo de uma Nação, é uma “coisa” inominável, de agir desvirtuado, abusado, envilecido e raivoso. Uma ditadura travestida de democracia e tão legítima na sua opressão, repressão, compressão e supressão como a mais apocalíptica praga bíblica.