Se na Rússia a pancada e as detenções caem mais fortes que a neve – a democracia do Sr. Putin a funcionar em pleno – no Brasil os adeptos do futebol, com a inabalável fé na bola, fazem manguitos ao COVID e festejam as vitórias como se fosse Carnaval no sambómetro. Tudo ao monte e fé em Deus.
Talvez a amplitude térmica o justifique. Dos -42º da Sibéria, às avenidas do Rio de Janeiro, a +40º… vai uma diferença que a uns dá para a pancada a outras para a folia. Por diferentes motivos, em comum, ambas podem ser mortíferas.
Já quase nada nos espanta. Nem tão pouco as chico-espertices lusitanas para contornar as normas de administração das vacinas contra a Covid 19…
Elas são entregues em muitas instituições, nomeadamente lares e outros, organismos públicos e similares, onde nem sempre prevalecerão as desejadas práticas e onde há sempre um amigo, um “padrinho”, um parceiro de negócios, um familiar… que pode vir a beneficiar antes do tempo da sua salvífica picada.
Lembro-me das parangonas de um jornal desportivo italiano, há umas décadas, que acerca de um evento desportivo – uma corrida de fórmula I – onde o público em massa tinha derrubado as vedações para entrar no circuito, referia em primeira página:
“Mais de 5 mil entraram à portuguesa!”
Eles lá sabiam porquê.