Este Portugal de Sebastiões…
O saudoso mito do “passismo” espreita e parece subjacente à candidatura de Luís Montenegro à presidência do PSD. Ou será só o seu estribado pretexto?
O saudoso mito do “passismo” espreita e parece subjacente à candidatura de Luís Montenegro à presidência do PSD. Ou será só o seu estribado pretexto?
Sempre tivemos patrioticamente bem latente a síndrome da orfandade e, para muitos clubistas, a social-democracia lusitana, órfã desde Sá Carneiro, terá encontrado o seu 7º pico do Everest na regência de Pedro Passos Coelho.
Se “o mito é o nada que é tudo”, no pessoano escrever, aqui e neste caso em concreto, segundo a nossa óptica, o mito não passa do nada… excluídos, claro está, os abundantes amnésicos da política e aqueles que fazem da desmemória dos eleitores o núcleo do seu agir.
As candidaturas de Luís Montenegro e também a finada de Miguel Pinto Luz (agora percebeu-se ao que vinha pela decorrente e sequente ancoragem a Montenegro), um pouco ocas de sentido e mais centradas numa fratricida luta pelo poder dos dele afastados, tiveram que encontrar o seu D. Sebastião e criar uma ficcionada batalha de Alcácer Quibir para vitaminar o desiderato, pois não bastava clamar que “Rui Rio tem mau feitio” para justificar a pugna intestina, da tal “força que vem de dentro“.
O desânimo dos”inconformados”, mais do que mostrar a dinâmica vitalidade de um partido político, evidencia um profundo conflito interno, com feridas bem abertas e a consequente desvitalização da maior força de oposição actual, a braços com o “desentendimento” portas adentro.
Se Camões criou o homem-rei, Pessoa mitificou-o na crença de um futuro melhor e no cumprimento do Império… Os actuais emergentes do nevoeiro, difusos nas intenções, buscarão o Império de quem?