Há posturas que, pela arriscada acrobacia que requerem, quase correm o risco de partir pelo meio quem as assume. Mas este não é decerto o caso daqueles que têm jogo de cintura suficiente para jurarem num dia que o branco é vermelho e no dia seguinte berrarem que o vermelho é branco.
Na política, há a quem a pratique, não com a rectidão e dignidade da missão, mas com o oportunismo de circunstância, correndo atrás do prejuízo e semeando remendos tip-top nos voláteis discursos que variam de azimute da manhã para a tarde, como a meteorologia dos nossos tempos.
Gente que nada consegue para o território que os elegeu e que de tal prescientes, em constantes fugas para diante, rodam quotidianamente como um girassol em busca da luz solar. A luz da sabedoria e da coerência que lhes falta nos actos e que tentam, a todo o custo, mesmo se da vil mentira, reproduzir em palavras vãs, gastas, cínicas, obscenas na trauliteirice dos seus falazes conteúdos.
Sabemos que é moda. Que os trumps e bolsonaros deste mundo trilharam esta via para lograr os incautos e atingir seus malévolos objectivos. Em Viseu, a moda parece também ter pegado e, se na campanha eleitoral, a mentira foi de grande utilidade, dos logrados viseenses que dizer?
“Engana-me que eu gosto” foi título de filme cómico que fez sucesso nas bilheteiras há uma década. Pelos vistos mantém-se actual. Mas já não numa história californiana de praia e de miúdas, antes numa intriga de rapazes, a brincarem com coisas sérias que lhes deviam merecer mais respeito, probidade e VERDADE.