Por parte de alguns autarcas que não conseguem vislumbrar nada de mais profícuo e importante para fazer em termos de acção concreta, no terreno e no combate à pandemia criada pelo coronavírus, está na moda fazer de Marta Temido o punching ball de momento.
Talvez para aliviar consciências mais inquietas ou atormentadas, ou para meros rounds políticos de combate mediático. Quem sabe?
Desta feita, bem orquestrados e em uníssono, ergueram as vozes num clamor troante acusando a ministra de lhes “estar a sonegar informações sobre o número diário de casos existentes em cada concelho.”
Esta táctica, já com longas barbas, consiste em criar manobras de diversão para desviar a atenção das pontuais realidades e fundamentalmente para assacar responsabilidades a terceiros de eventual inépcia na acção local.
E por mais que a ministra da Saúde repita que não é verdade tal situação, a pandeireta rufa e ecoa por montes e vales, ecrãs de televisão e parangonas de jornais.
E pasme-se, até o presidente da Câmara Municipal de Viseu, que tem estado “afónico” nos últimos tempos e de quem nada de relevante se conhece na luta contar o Covid-19, senão andar a reboque do que fazem nos concelhos vizinhos e das sugestões que alguns “opinion makers” mais caridosos lhe facultam, sem medidas concretas para os seus munícipes, à excepção do aumento do tarifário da água e, naquela que é já conhecida como chapa 5 recorrente do seu agir, vem para as redes sociais, aos saltinhos, divulgar uma missiva que escreveu à ministra, na qual, a certa altura refere:
Claro que lhe podíamos dar uma boa centena de “bitaites”…
É bom de ver que a política de auto desresponsabilização fala sempre mais alto para encobrir a indiligência e gerar a demagogia populista.
Ademais até estranhamos este invocar de ignorância, pois o autarca tem na autoridade de saúde pública um dos seus braços direitos mais solidários, e com um simples telefonema teria superado a imensa preocupação que o atormenta tão angustiadamente. Talvez tenha perdido o número do telemóvel…
Mais adiante, na brilhante epístola pública acrescenta:
Este parágrafo é interessante e pressupõe atitudes muito louváveis. Já agora gostávamos de saber, sff:
Quais os lares e IPSS apoiados?
Com quanto?
Como têm acompanhado os Planos de Contingência (inexistentes na maioria das instituições) e qual o material que têm fornecido?
Em que quantidade?
Enquanto não houver resposta a estas questões, essenciais para aferir o quão empenhado tem andado este autarca no combate ao Covid-19 no seu concelho, estamos falados!