Hoje há “eleições” (?) para as CCDR’s.
Porém, sem culpa terem, os próximos presidentes das CCDR’s terão irreversivelmente inquinado o seu futuro mandato pela inabilidade e autocracia que conduziu o processo das suas nomeações.
António Costa e Rui Rio, numa bizarra aliança para o que lhes convém, não em termos de eficácia para os territórios mas sim servindo os seus interesses corporativos, “cozinharam” os nomes dos presidentes sem da caldeirada darem conhecimento aos autarcas que neles são agora convidados a votar, em lista única, com a nomeação toda desenhada.
Os primeiros autarcas a insurgir-se foram os do Norte, contra o afastamento do então presidente Freire de Sousa e a indigitação de António Cunha, ex-reitor da Universidade do Minho. Não por terem algo contra este último, mas pelo timing e pela forma como foi conduzido o processo. Ou seja, o candidato é este e agora vocês vão votar nele como carneirinhos. No caso do PSD, a RD apurou que os autarcas do Norte nunca foram ouvidos neste processo, apenas tendo sido postos perante polémicos factos consumados, por isso mesmo se recusando a irem hoje votar.
Em suma, nunca os autarcas participaram no processo. Ademais este processo negociado entre Rui Rio e António Costa, segundo esses autarcas “enferma de princípios censuráveis (e constitucionalmente discutíveis), como é o caso de alguém ser eleito por autarcas, membros das assembleias municipais e presidentes de junta de freguesia e a seguir poder ser demitido pelo Governo – configurando um ato de enorme indignidade e que fere a Democracia e o seu pleno exercício. Acresce a todo este processo a intenção de impedir a sociedade civil de nele tomar parte, pois calendarizaram-no de maneira a determinar que eventuais candidaturas, ou outros nomes, apenas disponham de uma semana para ser apresentadas.”
Um dos motivos de contestação é também, o facto de estar em curso e em fase de conclusão o Portugal 2020, estando em preparação um novo Quadro Comunitário havendo, segundo os citados, “dossiers estratégicos que têm obrigatoriamente de ser coordenados, o Norte precisa de um processo sério, que traga maiores competências e potencie o verdadeiro equilíbrio social e a coesão territorial em toda a região, na prossecução dos objetivos europeus.”
(Foto de abertura DR jornal “Público” – Freire de Sousa o cessante presidente da CCD-n)