O PS Viseu cobriu-se com o diáfano manto da invisibilidade. Há quem diga que existe. Há quem diga que não existe. Há quem o creia hibernado. Há quem acredite na Bela Adormecida e diga que o Príncipe virá do Largo do Rato, nº 2, dar-lhe o beijo do alento e da vida. Ou o da sucção e da morte, segundo a perspectiva…
De facto, ao que se conjectura, existem algumas semelhanças entre o PS local e o queirosiano Reverendo Bonifácio, o gato de “Os Maias”, remansado, nédio, ao sol cogitando suas metafísicas angústias e no intervalo dormindo o sono dos justos, antes do ataque final. Bonifácio não pensa em ratos. A comida é-lhe dada à boca, em finos patés de sápida lebre…
A concelhia local entrou em força. Com genica. Consciente das múltiplas eleições que vai enfrentar e nas quais, como é estimável e futurável, nada terá a dizer. Porque está tudo dito.
Sem apologias do género M/F, constatamos que os homens recuam. Ou agem na sombra das sinecuras atribuídas só por mérito, ou estão com a síndrome do daltonismo, confundindo as cores mais quentes, ou encaixam as desfeitas e aprestam o peito às balas, na síndrome do estoicismo.
Há também a síndrome de castração, uma obsessão da diminuição do pénis que vai desaparecendo no abdómen. O PS local pode vir a padecer desta maleita, do foro psiquiátrico, apenas. Mas que deve doer…
O Compadre Zacarias acrescenta ao rol a síndrome de Jerusalém, que consiste em ter visões de santos depois de visitar o Muro das Lamentações… E esses vêem São José e São Miguel, alternadamente. Mas isso é esquizofrenia, diz-se.
Em boa verdade, como nos vulcões adormecidos, a magma ebuliente, vai recozendo nas entranhas. Espera-se que a erupção não seja um flop. Ou que seja um flop. O que conta é o ângulo da visão…
Estranho mesmo é o PS ter obtido o melhor resultado autárquico de sempre, ter conquistado o que nunca conquistou … para se tornar um ermitério de ponderação e reflexão estratégica (agora está na moda embora a maior parte dos “estrategas” não saiba sequer o significado da palavra). Espécie de claustro onde as sombras vagueiam à aurora e ao crepúsculo, etéreas, vacilantes, contritas, ciliciadas, silenciadas. É tudo espírito, recolhimento e oração. Ao longe tocam vésperas e matinas. Hora da comunhão…
Mas eis que vem do Largo do Rato António José Seguro pedir à Região Centro que vote PS para as europeias. E porém, o candidato “mais local” surge em 13º lugar – aziago o número e esconso o ranking…
Seguro devia ir ao Porto, a Lisboa, à Madeira e aos Açores pedir os votos para eleger o top 10 para Bruxelas. Aqui, na interioridade, nas recônditas pregas do interior, se não houve candidatos sufragáveis, não deveria haver votos confiáveis.
O que não quer dizer que se vote naquela dupla RR, Rangel-Ruas… O primeiro a sofrer de diarreia mental, o segundo de obstipação, foi agora ver no mapa onde fica Bruxelas e aproveitar, decerto, para se matricular na Alliance Française.
Para já e ao que consta anda a chupar Renies para a azia, com os pareceres negativos da câmara – quase, quase sua por usocapião – no concernente ao seu subsídio de integração… uma chalaça de mau-gosto, pouco pudor e muita cupidez. E por falar nisso, o douto Américo vai como assessor?
Entre laranjais e roseirais, intrigas, conspirações, conjuras e demais aflições, com o aproximar das legislativas compraremos um camarote central para aplaudir o (re)bicar das cristas. Para já, só estudamos os CV dos putativos candidatos, em busca do mérito que sustente a pretensão. E para alguns nem a lupa chega…