E lá vão os 21 para Estrasburgo…

O discurso da noite eleitoral proferido por Luís Montenegro foi conciliador. Até teve a gentil humildade de agradecer ao anterior ministro do MAI, José Luís Carneiro, o seu empenhamento na implementação do voto electrónico – que funcionou muito bem e reduziu a abstenção – e ao mesmo tempo, afirmar o apoio deste XXIV Governo a uma candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu. António Costa que deixou claro, na sequência desta declaração, que “nunca aceitaria ser  presidente do Conselho Europeu sem o apoio do governo português”.

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  • 10:18 | Segunda-feira, 10 de Junho de 2024
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Dos resultados eleitorais ontem apurados para o Parlamento Europeu, o PS foi o vencedor; a AD (PSD, CDS, PPM) foi a derrotada.

De seguida, vencedores também foram a IL e talvez o BE e a CDU, estes dois, na iminência de não elegeram nenhum deputado, suspiraram de alívio com a honra da família salva à justa.

Venceu a IL, com dois eleitos. Perdeu o Chega com outros tantos. Porquê? Porque Cotrim fez uma assertiva e séria campanha. Porque o líder do Chega apregoou por praças, avenidas, ruas e ruelas que só a vitória o satisfaria. Para ganhar carecia de nove eleitos. Teve dois, faltaram-lhe sete.


Decerto haverá em breve congresso para apurar se o desastre se deveu ao embaixador-cabeça-de-lista, se deveu ao líder do partido ou se deveu aos portugueses que não sabem o querem. No entreacto, Ventura aproveitará, como Calimero, para se vitimizar e atrair sobre si os holofotes dos media sempre ansiosos por “charivari” e foguetório.

O discurso da noite eleitoral proferido por Luís Montenegro foi conciliador. Até teve a gentil humildade de agradecer ao anterior ministro do MAI, José Luís Carneiro, o seu empenhamento na implementação do voto electrónico – que funcionou muito bem e reduziu a abstenção – e ao mesmo tempo, afirmar o apoio deste XXIV Governo a uma candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu. António Costa que deixou claro, na sequência desta declaração, que “nunca aceitaria ser  presidente do Conselho Europeu sem o apoio do governo português”.

Isto é, claro, se o MP, finalmente, tornar público o que tem contra o antigo primeiro-ministro ou se o continua a “cozer em lume brando” A propósito, quando é que a PGR acaba o mandato?

Talvez esta simpática atitude tenha também servido para apaziguar a relação tensa entre a AD e o PS e transmitir a ideia de que é com o PS que a AD se quer ver doravante e não com os 50 deputados eleitos do Chega que, a cada dia que passa, salvo uma excepção ou outra, cada vez mais se descredibilizam por palavras e actos. Que responderá Pedro Nuno Santos?

De facto, o XXIV Governo Constitucional precisa como de pão para a boca de um aliado que lhe permita governar, viabilizando ab initio o Orçamento, chave basilar para ir avante.

Ademais, com todas as promessas feitas, às forças de segurança, aos médicos e enfermeiros, aos professores e à administração pública, em geral, muitos euros precisa de ter nos cofres para a cabal satisfação de todas as legítimas reivindicações a caírem em catadupa.

Marta Temido, a cabeça de lista do PS e antiga ministra da Saúde, provou ser, apesar das aceradas críticas de opositores e detractores, uma boa cabeça de lista. Com ela vão mais sete rumo a Estrasburgo.

Outrotanto não se poderá dizer de Sebastião Bugalho, o comentador do PSD, que deixou aquém as muitas expectativas nele postas por Montenegro. Um segundo lugar com sete deputados, é ainda assim, honrosa posição.

A IL, o BE e a CDU tiraram proveito dos seus cabeças de lista João Cotrim, Catarina Martins e de João Oliveira. O proveito que não granjeou André Ventura nem Tânger Correia, os grandes vencidos.

Pelo caminho, imerecidamente, ficam o Livre e o PAN, este com o mais desastroso dos seus resultados a punirem os ziguezagues da sua líder pelos insulares territórios.

Os próximos actos eleitorais decorrerão em 2025 (setembro/outubro) para as Autarquias Locais e em janeiro de 2026 para a Presidência da República.

A ver vamos, certo sendo que MRS se vai arrastar penosamente no ano e meio que ainda tem pela frente.

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