Dos resultados eleitorais ontem apurados para o Parlamento Europeu, o PS foi o vencedor; a AD (PSD, CDS, PPM) foi a derrotada.
De seguida, vencedores também foram a IL e talvez o BE e a CDU, estes dois, na iminência de não elegeram nenhum deputado, suspiraram de alívio com a honra da família salva à justa.
Venceu a IL, com dois eleitos. Perdeu o Chega com outros tantos. Porquê? Porque Cotrim fez uma assertiva e séria campanha. Porque o líder do Chega apregoou por praças, avenidas, ruas e ruelas que só a vitória o satisfaria. Para ganhar carecia de nove eleitos. Teve dois, faltaram-lhe sete.
O discurso da noite eleitoral proferido por Luís Montenegro foi conciliador. Até teve a gentil humildade de agradecer ao anterior ministro do MAI, José Luís Carneiro, o seu empenhamento na implementação do voto electrónico – que funcionou muito bem e reduziu a abstenção – e ao mesmo tempo, afirmar o apoio deste XXIV Governo a uma candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu. António Costa que deixou claro, na sequência desta declaração, que “nunca aceitaria ser presidente do Conselho Europeu sem o apoio do governo português”.
Isto é, claro, se o MP, finalmente, tornar público o que tem contra o antigo primeiro-ministro ou se o continua a “cozer em lume brando” A propósito, quando é que a PGR acaba o mandato?
De facto, o XXIV Governo Constitucional precisa como de pão para a boca de um aliado que lhe permita governar, viabilizando ab initio o Orçamento, chave basilar para ir avante.
Marta Temido, a cabeça de lista do PS e antiga ministra da Saúde, provou ser, apesar das aceradas críticas de opositores e detractores, uma boa cabeça de lista. Com ela vão mais sete rumo a Estrasburgo.
A IL, o BE e a CDU tiraram proveito dos seus cabeças de lista João Cotrim, Catarina Martins e de João Oliveira. O proveito que não granjeou André Ventura nem Tânger Correia, os grandes vencidos.
Pelo caminho, imerecidamente, ficam o Livre e o PAN, este com o mais desastroso dos seus resultados a punirem os ziguezagues da sua líder pelos insulares territórios.
Os próximos actos eleitorais decorrerão em 2025 (setembro/outubro) para as Autarquias Locais e em janeiro de 2026 para a Presidência da República.
A ver vamos, certo sendo que MRS se vai arrastar penosamente no ano e meio que ainda tem pela frente.