E eis senão que as nossas vidas mudam
Falei atrás em sacrifícios. São pequenos sacrifícios aqueles que nos são exigidos para o nosso bem-estar e para o bem-estar da comunidade, em geral.
Em toda a parte se vive uma situação nova, com excesso de ruído mediático e informações contraditórias, mesmo se oriundas das entidades oficiais, a situação de um imprevisto flagelo que nos apanhou a todos de surpresa.
De concreto ninguém consegue determinar com rigor as balizas desta pandemia. Mas é com ela que temos de viver e para lhe minimizarmos as consequências há sacrifícios que devemos fazer, atitudes preventivas que temos que implementar, rotinas com as quais, decidida e temporariamente, temos que cortar.
Ceder ao pânico é tão perigoso como persistir na inconsciência de atitudes. Acumular provisões é um acto de egoísmo para com a colectividade. Prevenir com víveres essenciais para uns dias, como arroz, massa, farinha, enlatados, congelados, bolachas, chocolate, lácteos e derivados, com peso e medida, não será despiciendo. Ainda mais quando o governo apela à compra de produtos nacionais, para ajudar os produtores portugueses e diminuir as importações garantindo que não haverá escassez deles nas grandes superfícies. A água não faltará nas torneiras e a electricidade manterá produtos perecíveis em estado normalizado de consumo. Coma laranjas ou beba-lhe o sumo, lembrando o ditado: “A laranja de manhã é ouro, a tarde prata à noite mata.” Ou seja, evite-a depois das 17horas. Beba muita água. A intervalos de 30 minutos um bom gole de água manter-lhe-á as mucosas húmidas.
Falei atrás em sacrifícios. São pequenos sacrifícios aqueles que nos são exigidos para o nosso bem-estar e para o bem-estar da comunidade, em geral.
Se lhe custar muito desfazer-se das suas rotinas quotidianas, adopte uma postura positiva e pense que este período de incerteza, de cautela e recolhimento, o põe mais próximo dos seus, lhe proporciona algum repouso. Isolamento familiar não é um drama.
Esta situação terá que ser passageira e, em breve, sairemos dela. Se cumprirmos a nossa parte, estamos a dar um forte contributo colectivo e cívico para evitar a propagação do vírus.
Além disso, as medidas que o governo deliberou para enfrentar esta pandemia, são acertadas e dão-nos a certeza de que todos estamos unidos nesta luta comum.
Não ceda a facilitismos, tentações inoportunas, ou atitudes portadoras de risco.
Pela minha parte, comecei a reler “A Peste” de Albert Camus e por ela, a entender quanto, até ao momento e perante os flagelos que assolaram a humanidade, a nossa situação é tão indecisamente sustentável.
Estimado leitor, não vamos dar as mãos pois é comportamento de risco, mas sejamos solidários e lembremo-nos que há muito semelhante que vive em “pandemia” décadas ou vidas inteiras. Paciência, resiliência, boas práticas e espírito positivo.
Quem puder manter-se em casa deve fazê-lo. Se tiver que sair, deve evitar locais muito frequentados e sempre que houver imperiosidade de interagir com os outros, tem que se obedecer às boas regras difundidas pela DGS: manter distâncias mínimas, não falar directamente para as outras pessoas, não apertar as mãos, não beijar, não abraçar, não tossir senão para o cotovelo, etc.
Evitar sempre que possível mexer em teclas (multibanco, registos biométricos, etc.) em balcões, em puxadores de portas. Lavar as mãos muitas vezes ao dia e durante um mínimo de 20 a 30 segundos. Não levar as mãos ao rosto, à boca, aos olhos. Para uma emergência ter o carro, se for caso disso, com combustível.
Depois, em casa, aproveitar para actividades calmas e relaxantes. Ler, ouvir música, ver televisão, um vídeo, conversar, fazer as “bricolages” adiadas, etc.
Isto sem deixar de praticar o seu exercício físico para manutenção do bem-estar corporal e, claro, mental.
E para finalizar, sempre que possível, seja solidário para com os mais carenciados.
Bom fim-de-semana (dentro do possível, claro…).