“É a hora!” – sonha Coelho
Coelho continua certo porque não apontou datas e como Portugal foi uma grande potência durante meia década, no século XVII, pode vir a sê-lo, de novo, no século XXV ou XXVI. Quem sabe?
Toda a gente criticou Coelho por ter afirmado, em Tóquio, que…
“Portugal, como mostrou nos últimos anos, tem uma resiliência política e social muito grande e esse é um factor distintivo” (Esta verdade é de La Palisse)…
“grande resiliência, com uma grande previsibilidade política, económica e social”…
“tudo isto, associado aos grandes esforços de reforma económica” que o país tem concretizado, “apontará para que Portugal possa ser realmente uma das nações mais competitivas do mundo”
Muito bem dito. Há palavras que não custam a proferir!
Resiliência temos cabonde . Suportamos tudo. Até os dislates e alucinações do proferente.
Previsibilidade também. E não é preciso ir à Maya para saber que temos décadas de desgraça pela frente. Quanto a ser uma das nações mais competitivas do mundo, este retomar do mito pessoano, reinventado, do 5º Império, sendo um bocadinho esotérico e até “rosacruciano”, fica bem entre umas taças de saké.
E até rejubilamos por Coelho ter lido “ Fama Fraternitatis” (1614) de Christian RosenKreuz… Já em 1638 H. Adamson (em The Muses Threnodies) acerca da segunda visão referia…
“Coisas por acontecer nós podemos prever acertadamente…”
E no mapa, não dizia Pessoa que Portugal era a cabeça (pensante) e rosto (atento) da Europa?
É a hora! Coelho continua certo porque não apontou datas e como Portugal foi uma grande potência durante meia década, no século XVII, pode vir a sê-lo, de novo, no século XXV ou XXVI.
Achamos acertadíssimo que Coelho continue a inspirar-se em Pessoa, até porque precisamos de mitos como de pão para a boca e nunca esqueçamos… O mito é o nada que é tudo.
Além disso, Coelho feito Gama, bem pode dizer aos japoneses, apesar da Fitch manter Portugal no nível “lixo”…
Mesmo que a reduzida confiança no cumprimento das metas do défice e a revisão em baixa do potencial de crescimento da economia, sejam ondas alterosas da procela que faz dançar a nau “no mar sem fundo”. Porque, segundo Maria Luís, “os cofres estão cheios” de dinheiro… emprestado, mas isso é de somenos .