Duas breves notas, Boris e Bolsonaro

Para já, Bolsonaro responderá em Comissão Parlamentar de Inquérito por omissão no combate à doença. E pelas centenas de milhares de mortos não deveria já estar preso, ele que, pela inacção promoveu a propagação do novo coronavírus no Brasil "com empenho e eficiência"?

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  • 12:31 | Sexta-feira, 07 de Maio de 2021
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Nota 1

Protestam os barcos de pescadores franceses na Mancha e já Boris Johnson com a bravata de hooligan típica, retalia com barcos de guerra. Esqueceu-se dos submarinos e dos jactos Tornado.

Aliás, o conflito entre pescadores franceses e britânicos, após o brexit, era inevitável. Outros mais se seguirão, noutros sectores. Nigel Farage esfrega as mãos de contente perante os seus mandantes e o discípulo Boris, em véspera de eleições apenas quis provar que é um Lancelot ou Ivanhoe do século XXI, atitude que dá votos nos saudosistas do Império.

Por seu turno, a ministra da agricultura francesa, muito agitada e nervosa, veio ameaçar que corta a energia eléctrica que segue para a Ilha de Jersey por cabo submarino.


Enfim, um bando de patetas a brincar com o fogo e em busca de um novo Waterloo…

Sobre a ilha e Jersey, uma breve consulta:

“Jersey é a maior das Ilhas do Canal e fica entre a Inglaterra e a França. Uma dependência autónoma do Reino Unido, com uma mistura das culturas inglesa e francesa, é conhecida pelas praias, pelas trilhas para caminhada em desfiladeiros, pelos vales no interior e por seus castelos históricos.”

 

Nota 2

No Brasil de Bolsonaro somam e seguem os infectados por Covid-19 e o número de mortos pelo vírus. Além do problema interno de tragédia humanitária, a OMS considera-o como um “celeiro de novas variantes” a exportar mundo afora.

Bolsonaro, um negacionista inconsciente, será o pai do maior genocídio verificado no Brasil, que se aproxima galopantemente do meio milhão de mortos e dá provas de total exaustão hospitalar, fazendo prever piores números.

Recorde-se que Bolsonaro recusou comprar vacinas sendo seu feroz crítico e rejeitou o uso das máscaras, o confinamento e demais medidas sanitárias profilácticas, condenando os prefeitos que tomaram a iniciativa de agir.

Para já, Bolsonaro responderá em Comissão Parlamentar de Inquérito por omissão no combate à doença. E pelas centenas de milhares de mortos não deveria já estar preso, ele que, pela inacção promoveu a propagação do novo coronavírus no Brasil “com empenho e eficiência”?

O cientista Dráuzio Varella é taxativo: “o que esperar de um presidente que fez aglomerações de pessoas, tirou um ministro da saúde [Mandetta], colocou outro que ficou um mês [Teich] e depois pôs um general [Pazuello]?”. “Este entende de saúde tanto quanto eu entendo de bazucas.”

“Para enfrentar o medo de contrair o vírus repetiu à exaustão que não deveríamos acreditar nas “conversinhas” dos jornalistas, que a doença só matava os “bundões”, que deixássemos de ser “maricas” e que contávamos com a cloroquina, remédio milagroso”.

Ricardo Kertzman, conceituado jornalista escrevia acerca de Bolsonaro: “Acossado pela história e humilhado pela própria burrice, demonstra cabalmente toda sua incapacidade e despreparo para continuar na presidência do Brasil”,

O Brasil contabilizou na mais recente avaliação 15 milhões de infectados e 417 mil óbitos. Uma calamidade!

 

 

(Foto DR)

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