Dois lastimáveis casos têm sido badalados nos últimos dias, por essa comunicação social fora.
Um deles foi a pouco feliz entrevista do “super Alexandre” a um canal de televisão, logo seguida do comunicado de adiamento por mais seis meses (?) do prazo para deduzir acusação aos arguidos da Operação Marquês.
Estes episódios geram incómodo e/ou temor nos cidadãos. O deslumbrado protagonismo do juiz Carlos Alexandre e a bacoquice da sua entrevista fragilizam-no (who cares?). Mas pior, é fragilizar a Justiça, cuja imagem na opinião pública já não é muito positiva, culpa também — mas não só — da anterior ministra da tutela, que teve uma amplamente desastrosa actuação.
O cidadão comum questiona-se: Se este prolongar sem fim à vista de um processo que envolve um primeiro-ministro segue estes indefinidos trâmites, que poderá acontecer se for réu um anónimo indivíduo?
Onde está a eficácia de quem julga? Falta de meios? Excesso de provas? Tristes desculpas?
Será que o pretexto das incessantes renovadas “descobertas” colhe?
Até quando vai durar este triste espectáculo, se a PGR já afirmou que em Março o prazo pode voltar a ser prorrogado? Até às calendas gregas?
O outro caso é o do Durão Barroso, que foi primeiro-ministro de Portugal de 2002 a 2004 e o ex-presidente todo-poderoso da Comissão Europeia de 2004 a 2014.
Ter aceitado um cargo de “lobista” a soldo da Goldman-Sachs, a troco de 30 dinheiros, valeu-lhe o anátema de “vendido”.
Hoje, em vez da passadeira vermelha de outrora, em Bruxelas, nem pela porta das traseiras o querem ver entrar. Fede…
Ainda se ele fosse Italiano, Romeno, Alemão ou Húngaro… mas é português. Um português “perdido” pela ganância e cupidez. De boss da Europa a pária mediático, o caminho, afinal, não é longo. Uma vergonha…
Bizarro é ver o ar justiceiro de Jean-Claude Junker, a jogar aos impolutos e a dar razão ao aforismo popular: “Ó filha chama-lhe p… antes que ela te chame a ti.”
A Europa dos 28 em todo o esplendor da sua irreversível decadência.