A Alemanha é um país problemático nas suas idiossincrasias, na sua História, na sua religião… Mas também um país com um vigor fora de comum e uma capacidade enorme de sair de todas as crises geradas ou que gerou.
Também culturalmente, a terra dos Alamanos, antigo povo germânico, tem dado ao mundo artistas e cientistas do maior relevo e de genialidade indiscutível.
Economicamente é um país de uma grande prosperidade, fruto até da competência laboriosa do seu povo.
E porém, ciclicamente, gera indivíduos capazes de provocar calamidades, holocaustos, genocídios… como se a Besta do Apocalipse, de tantas em tantas décadas fosse soltada para arrepiar o mundo com a sua barbaridade.
Nos últimos tempos sofreu alguns desaires na sua economia, nomeadamente a descoberta das fraudes no sector automóvel onde, ao que se provou, era vendido gato por lebre num dos maiores grupos mundiais do sector automóvel, detentor de várias marcas. Para quê? Para contornar a legislação em vigor sobre o monóxido de carbono libertado pelos gases dos motores.
Depois, outro dos gigantes da banca mundial, o Deutsche Bank, com quase século e meio de existência, aparece como um terramoto a fazer tremer todos os mercados globais.
Nos dois casos, talvez a ganância desmesurada, uma cupidez insaciável, o lucro fácil tenham sido determinantes.
Agora, a chanceler Merkel, no seu furor de manipular tudo o que bule, acolitada por dois portugueses, Durão Barroso e Mário David, servindo os interesses do PPE, o Partido Popular Europeu, preparam, também com o apoio da Goldman Sachs e do Grupo Bilderberg – o cume do Everest dos donos do mundo – a repentina candidatura da búlgara Kristalina Georgieva a secretária geral da ONU. Quando a corrida já leva nove meses de marcha e, contra o candidato mais bem colocado, o português António Guterres.
Um jornal nacional fala hoje em “Opa da Alemanha à ONU”. E muito bem, pois uma OPA é uma operação para compra de uma participação ou da totalidade das acções de uma empresa cotada em Bolsa. Um acto de controlo que os ingleses apodam de “take over”.
Ângela Merkel tem donos que lhe dão o poder que exibe. Esse poder tem custos. Os donos cobram o investimento. E preferem investir, com certezas, numa candidata “cristalina” nos seus actos e para com os seus interesses, do que num candidato “independente”, que poderá não ser flexível aos seus intuitos de subjugação.
A grande questão é: Será a ONU e os 15 membros que integram o seu Conselho de Segurança um mero “verbo de encher”?
A ser assim, o descrédito total só lhe poderá ditar um destino: a extinção de um circo mundial cheio de “clowns” nas mãos de um quarteirão de agiotas sem rosto.