Dar a um cozinheiro a prova do poder

Uma noite sonhou-se general, marechal, almirante… e como não tinha estaleca nem escola militar que o aceitasse em alto posto, lembrou-se de criar o seu próprio exército. Se bem o pensou melhor o fez e criou o grupo Wagner, no 1º de Maio de 2014, uma sociedade militar privada, ou melhor, um exército particular de 50.000 mercenários que combateu na guerra do Donbass, na guerra civil síria e por aí fora onde houvesse um conflito que justificasse economicamente a sua intervenção, desde o Mali à Líbia até à Ucrânia.

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  • 19:52 | Segunda-feira, 26 de Junho de 2023
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Putin teve em Prigozhin um cozinheiro de gabarito, que foi engordando à custa de tantas provas fazer.

Prigozhin, sob o protectorado de Putin tornou-se um oligarca de peso. Daqueles que na nova Rússia, nascem como cogumelos na caruma húmida. Embora haja quem pense, decerto por mal-intencionados, que grande parte deles são meras “cinq à sec”, verdadeiras máquinas de lavar rublos…

Prigozhin, de tanto cozinhar, tornou-se um abastado e nédio “chef”, a quem as cozinhas deixaram de contentar. Quis mais, e dando largas à sua desmedida ganância e ambição, protegido pelo “czar” tornou-se um autêntico rei Midas a quem só faltava o real poder.

Uma noite sonhou-se general, marechal, almirante… e como não tinha estaleca nem escola militar que o aceitasse em alto posto, lembrou-se de criar o seu próprio exército. Se bem o pensou melhor o fez e criou o grupo Wagner, no 1º de Maio de 2014, uma sociedade militar privada, ou melhor, um exército particular de 50.000 mercenários que combateu na guerra do Donbass, na guerra civil síria e por aí fora onde houvesse um conflito que justificasse economicamente a sua intervenção, desde o Mali à Líbia até à Ucrânia.


 

 

Suspeito de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade, o grupo Wagner foi considerado desde Janeiro de 2023 organização criminosa e organização terrorista.

Mas que importou isso ao “general” Evgueni Viktorovitch Prigojine? Nada.

Ciente da sua força de morte, já não se contentou em ter uma alta patente no seu exército pessoal. Sonhou mais longe e quis ser ele o “czar”, em vez do pontífice Putin.

O resto, é o que se vê e se ouve, ninguém sabendo o grau de verdade de todas as historietas do avanço sobre Moscovo – Mussolini marchou para Roma… – tendo parado a 200 quilómetros, se calhar pelo tédio de não encontrar oposição ao seu avanço.

Vai daí fez marcha atrás e resolveu ir de férias para a Bielorússia onde pontifica outro grande amigo de Putin, o bem-mandado Aleksandr Lukashenko.

Nada será o que parece, nada parecerá o que é. Os inimigos de Putin costumam ter triste sina. Que sina terá o marechal-cozinheiro da falhada intentona?

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