Dar à maleita pernas para andar

Enquanto uns milhares de néscios se divertem a transgredir as normas impostas, num desrespeito total pela saúde de milhões de portugueses, em festejos e comícios de faz de contas, não há medidas que obstem ao progredir da pandemia.

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  • 9:27 | Sexta-feira, 18 de Junho de 2021
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Em reunião de Conselho de Ministros de ontem o governo decretou bloquear todas as entradas e saídas da Área Metropolitana de Lisboa. Que o mesmo é dizer, criar uma espécie de cordão sanitário que, entre as 15h de sexta-feira e as 06h de segunda-feira (para já), determina que não se saia nem entre nesta “fronteira” que engloba os concelhos de Alcochete, Almada, Barreiro, Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sintra, Sesimbra, Setúbal e Vila Franca de Xira. Quantos milhões de portugueses aqui vivem?

Como fundamento, dizem as autoridades de saúde que estamos outra vez no limiar da zona vermelha ou de alto risco, pelo aumento exponencial de casos que ocupou já mais de metade das camas hospitalares, provocando o estado de alerta em todas as unidades de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo, dando números como estes: 58% de ocupação de camas destinadas a infectados, com os cuidados intensivos a ultrapassar os 60%.

Estes são os factos. Factos que podem, de novo, gerar muitas vítimas mortais, sem falar nas consequências económicas que advirão se novas medidas restritivas se impuserem, voltando o país ao confinamento.

Este efeito tem causas. Enquanto uns milhares de néscios se divertem a transgredir as normas impostas, num desrespeito total pela saúde de milhões de portugueses, em festejos e comícios de faz de contas, não há medidas que obstem ao progredir da pandemia. Pandemia essa que parece rir-se de todos nós, surgindo, como um camaleão, com estirpes novas e diferentes a cada semana que passa.


Ou seja, quando todos deveríamos encarar com seriedade, civismo, responsabilidade e consciência social esta praga mundial, há quem não abdique de furar regras e dar à maleita mais pernas para andar.

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Publicado em Editorial