Se a República fosse tão unida e solidária em defesa de si própria e dos seus pares como é a Monarquia, não teríamos, por exemplo, vivido os anos exaltados e sangrentos escoados de 1910 a 1927…
Dom Juan Carlos, rei emérito de Espanha viu-se envolvido em escândalos por recepção indevida de “donativos”, acusações de favorecimento, fuga ao fisco, etc.
Seu filho e descente da coroa espanhola, Filipe VI, rompeu com o pai após um processo assaz conturbado. Recusou a herança paterna e retirou-lhe a pensão de 200 mil euros anuais, paga com dinheiros públicos.
Alega que não o faz para “fugir da Justiça” e, nas palavras de seu parente, duque de Bragança, D. Duarte Pio fê-lo porque “Provavelmente será mais tranquilo e mais prudente poder defender-se de fora.” Embora seja nossa opinião que nem todos os acusados podem viajar para fora do seu país, decorrendo processos de averiguações, ficando muitos com a pena menor de “termo de identidade e residência”. Se não forem reis, claro.
D. Duarte Pio em entrevista à RR defende Juan Carlos. “Seria muito bom” para o turismo o Rei emérito exilar-se em Portugal. E acrescenta que foi “sábia” a decisão do rei cessante em sair de Espanha, concluindo acerca da sua opção por Portugal: “Mas acho que seria muito bom para Portugal. Quanto mais se falar agora que Portugal é um país seguro e que se pode vir fazer turismo para aqui, melhor. Assim toda a imprensa mundial, pelo menos durante uma semana, ia só falar disso. Aí os ingleses iam ficar envergonhados em estar a pôr Portugal numa lista negra .”
D. Duarte é um cidadão sério e cândido. E só essa candura justifica a ingenuidade destas afirmações.
Recordo-me de lhe ter feito uma grande entrevista em Dezembro de 2012 e de algumas das suas afirmações:
“Um chefe de Estado rei teria controlado muito melhor os desmandos dos governos” ou “50% da riqueza produzida em Portugal é para sustentar o Estado”. Pelos vistos, em Espanha é diferente…