D. Juan Carlos é “muito bom para o turismo”, segundo D. Duarte Pio

D. Duarte é um cidadão sério e cândido. E só essa candura justifica a ingenuidade destas afirmações.

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  • 15:44 | Quarta-feira, 05 de Agosto de 2020
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Se a República fosse tão unida e solidária em defesa de si própria e dos seus pares como é a Monarquia, não teríamos, por exemplo, vivido os anos exaltados e sangrentos escoados de 1910 a 1927…

Dom Juan Carlos, rei emérito de Espanha viu-se envolvido em escândalos por recepção indevida de “donativos”, acusações de favorecimento, fuga ao fisco, etc.

Seu filho e descente da coroa espanhola, Filipe VI, rompeu com o pai após um processo assaz conturbado. Recusou a herança paterna e retirou-lhe a pensão de 200 mil euros anuais, paga com dinheiros públicos.


O pai, alegadamente para não prejudicar o filho e a monarquia espanhola, perante a catadupa de escândalos, resolveu exilar-se. Escolheu Portugal, onde tem amigos de outros tempos, nomeadamente na zona de Cascais e Estoril.

Alega que não o faz para “fugir da Justiça” e, nas palavras de seu parente, duque de Bragança, D. Duarte Pio fê-lo porque “Provavelmente será mais tranquilo e mais prudente poder defender-se de fora.” Embora seja nossa opinião que nem todos os acusados podem viajar para fora do seu país, decorrendo processos de averiguações, ficando muitos com a pena menor de “termo de identidade e residência”. Se não forem reis, claro.

D. Duarte Pio em entrevista à RR defende Juan Carlos. “Seria muito bom” para o turismo o Rei emérito exilar-se em Portugal. E acrescenta que foi “sábia” a decisão do rei cessante em sair de Espanha, concluindo acerca da sua opção por Portugal: “Mas acho que seria muito bom para Portugal. Quanto mais se falar agora que Portugal é um país seguro e que se pode vir fazer turismo para aqui, melhor. Assim toda a imprensa mundial, pelo menos durante uma semana, ia só falar disso. Aí os ingleses iam ficar envergonhados em estar a pôr Portugal numa lista negra .”

D. Duarte é um cidadão sério e cândido. E só essa candura justifica a ingenuidade destas afirmações.

Recordo-me de lhe ter feito uma grande entrevista em Dezembro de 2012 e de algumas das suas afirmações:

“Um chefe de Estado rei teria controlado muito melhor os desmandos dos governos” ou “50% da riqueza produzida em Portugal é para sustentar o Estado”. Pelos vistos, em Espanha é diferente…

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