Com diminuições mínimas de preço e pouco atempadas – cada dia de atraso nas actualizações de preços dos combustíveis conta como lucro – as petrolíferas, as transportadoras e as gasolineiras vão agindo ao arrepio de uma entidade controladora frouxa (ENSE) e surfando a vaga da especulação.
Os preços de referência afixados não são cumpridos e o imune regabofe continua para desespero de milhões de utentes.
Este sector, com a carestia sempre em alta dos seus produtos, tem contribuído, umas vezes de facto outras como argumento, para a subida de preço de todos os produtos, mormente os de primeira necessidade.
E porém, num sector tão opulentamente rico, com gestores tão supinamente inteligentes pagos a preço de platina, uma coisa parece não ser compreendida… face aos preços, a maioria dos utentes retrai-se e cada vez circula menos com o seu veículo. Que o mesmo é dizer, combustíveis mais baratos aumentam a capacidade de usar mais os veículos, ao mesmo tempo que permitem baixar os custos dos outros produtos de consumo, dos bens essenciais aos de segunda necessidade.
A cupidez do sector, além de parecer querer arruinar a economia, evidencia também a sua capacidade predadora e, mais gravemente ainda, a desenfreada especulação gerada sobre a base do conflito já mundializado da invasão da Ucrânia pelas tropas russas.
Enquanto utente e a título de mero exemplo, fazia em média entre 1200 a 1500 quilómetros por mês. Agora, face ao custo dos combustíveis, obriguei-me – felizmente que o posso fazer – a circular menos. À volta de 800 a 1000 quilómetros em igual período de tempo. Basta fazer as contas e multiplicar por muitas centenas de milhares de automobilistas…