Cobardes ou “animais de cauda caída”

I. Já em meados da década de 60, no século XIX, Antero publicou uma carta enviada ao corifeu Castilho a que chamou “Bom Senso e Bom Gosto”. Com ela iniciou-se a Questão Coimbrã tendo de um lado os discípulos do Realismo e do outro os apologistas do Romantismo. É evidente que nestas coisas de estéticas […]

  • 14:10 | Quarta-feira, 30 de Abril de 2014
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I.
Já em meados da década de 60, no século XIX, Antero publicou uma carta enviada ao corifeu Castilho a que chamou “Bom Senso e Bom Gosto”. Com ela iniciou-se a Questão Coimbrã tendo de um lado os discípulos do Realismo e do outro os apologistas do Romantismo.
É evidente que nestas coisas de estéticas e de gostos existe uma profunda subjectividade. Essa é uma das características da obra de arte. Seja literária, pictórica, musical, escultórica…
Todos temos um direito inalienável a gostar ou não gostar. De uma pessoa, de uma coisa, de uma atitude, de uma obra. E temos ainda o direito de o dizer. Chama-se liberdade de expressão. Nunca fui cultor do unanimismo por entender que essa é uma das facetas tenebrosas das ditaduras. Até culturais.
Miguel Fernandes, com competência, irreverência e ironia escreveu uma “Carta Aberta” acerca da estátua de Dom Afonso Henriques. Ele não gostou da obra. Assumiu-o. Escreveu e assinou. Deu a cara. Eu não gostei, não gosto, escrevi sobre o assunto. Assinei. Dei a cara.
Dar a cara é um acto de hombridade.  Por isso abundam aqueles que se refugiam no anonimato. Todo aquele que ao fazê-lo renega o seu nome, sua identidade, desonrando-se, que crédito merece? O crédito dos cobardes? Que tem um Homem mais importante que o seu nome? A filiação partidária? A conta bancária?
Isto a propósito do comentário à Carta Aberta de Miguel Fernandes, por Ângela Xavier, a quem respondi pessoalmente, como infra se prova, tendo sido devolvido o mail pelo motivo aí indicado.
Há gente que cria emails falsos para dar a ferroada do lacrauzito. Os “bate-e-foge”. .
É curioso que a palavra cobarde ou covarde vem do francês “coué”, de cauda caída…
Como um rafeiro medroso e fraco.
Aqui vai:
 
Cara Ângela Xavier:
 
O Rua Direita é um meio de comunicação livre e aberto a todos quantos queiram nele participar.
Está convidada, até e porque se tem pena que sejamos lugar de “achismos” (os neologismos, como “maçadoria” provam a dinâmica da língua…) e não um local onde se escrevem coisas interessantes e fundamentadas (e mesmo assim frequenta-nos) o seu contributo enriquecer-nos-á.
 
Receba os meus gratos e cordiais cumprimentos, Paulo Neto.
 
RESPOSTA:
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Angela Xavier ?Email address: | IP address: 89.152.74.9

 
Estamos conversados sobre este assunto?
 
II.
O www.ruadireita.pt é um espaço plural, livre e democrático. Houve pessoas que já foram desencorajadas de cá escrever por “zelosos servidores” do partido político a que pertencem. Essas são as leis do jogo de quem desconhece as regras da democracia e só sabe brilhar em campos onde tem a arbitragem comprada…
Nunca perguntámos a um colaborador qual a sua cor política, credo religioso, cor de pele, género, orientação sexual, etc. E contudo, por vezes, discordamos da opinião veiculada. O que é legítimo.
Porque e aqui não temos constrangimentos, são todos bem-vindos desde que assumam o que escrevem. E quantos mais houver a escrever, de todos os quadrantes, mais democrático se torna o meio de comunicação. É óbvio. Menos para os obtusos.
Recordo ser director de um semanário local e de haver indivíduos cooperantes com protocolos, que pressionavam para impedir colaboradores de expressar a sua opinião, como por exemplo o Coronel Fernando Figueiredo. Que escreveu até eu sair do tal jornal… Mas há mais e não só de Viseu… Por essas e outras saí.
E se formos por aqui fora, em toada calma de galope – a conversa é como as cerejas – é um nunca encadear de elos da corrente… então, a ética de alguns é análoga à cobardia de muitos. Um preservativo usado e, naturalmente, descartado.
Como a coabitação de lugares públicos com interesses privados, e o angariar de publicidade paga e institucional. A título de exemplo, e extraindo do blogue “Viseu Senhora da Beira”, vê-se a base de dados do Governo com o contrato de publicidade adjudicado entre a empresa “Legendas Transparentes” e o IPV.
Nada de mais. Se não fora o Presidente do Conselho Geral do IPV sócio-gerente da dita empresa assim como a elevada importância paga, nestes tempos de dificuldades financeiras acrescidas.
Ou do blogue “Indo eu”, com este título:
“Legal…mas pouco ético, um membro da assembleia municipal fazer negócios com a câmara municipal.”
Vai a procissão no adro.
 


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