Chega receoso com possível “batatada” na AR

É bom de ver que o líder do Chega – qual Sibila de Cumas – antecipa o que vai acontecer e para o qual jurará a pés juntos nunca ter contribuído. Mais tarde, terá oportunidade de proferir: “Eu bem avisei…”

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  • 20:55 | Sábado, 30 de Julho de 2022
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O líder do Chega mostra-se assazmente preocupado com o que alega ser um “escalar de conflito físico, verbal e político” na Assembleia da República. Mais refere que “o ambiente está muito tenso” e acrescenta “ninguém quer ver, no Parlamento, situações como já vimos noutros países do mundo, em que há deputados desentendidos uns com os outros, quase à batatada no hemiciclo“.

Assim dito, este discurso pleno de candura e de boas intenções aparenta nada ter a ver com qualquer grupo com práticas “arruaceiras” em acção, acidulando os ânimos, estimulando o ódio e incentivando à violência. Tácticas bem conhecidas de políticos como o senhor Salvini, em Itália, por exemplo.

É bom de ver que o líder do Chega – qual Sibila de Cumas – antecipa o que vai acontecer e para o qual jurará a pés juntos nunca ter contribuído. Mais tarde, terá oportunidade de proferir: “Eu bem avisei…” Ao mesmo tempo que, após a putativa provocação desencadeadora do confronto, logo se vitimizará apresentando queixa à CS, às polícias da Nação, ao presidente da República e a todos mais que o queiram ouvir e com ele, pungentemente, repudiarem os deputados que tão inexplicavelmente o agrediram ou o tentaram agredir a ele ou aos seus pares.

Nada na guincharia retórica destes novos políticos parece soar a genuíno, legítimo e verdadeiro. Alguns até parecem de “plástico” ou feitos com barro das Caldas ou de Molelos, correndo até o risco de virem a parecer-se com o “inocente” pirómano que ateia fogo para atear as chamas, para ver arder e que, esbaforido, vai de rompante pegar no regador para fazer de conta que combate o fogo.


 

(Foto DR)

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Publicado em Editorial