CDS Viseu, um partido a esfarelar-se…

Agora a debandada quase simultânea destes três pesos-pesados – que com educação, elevação e sensatez se recusaram à digladiação na praça pública –  é coincidência a mais e, decerto, a tentativa gorada de Mendes da Silva em tapar ainda o sol com a peneira, se converteu em exercício de ridículo alcance e ineficaz efeito.

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  • 21:24 | Sábado, 03 de Outubro de 2020
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Que um fraco Rei faz fraca a forte gente” já o escreveu Camões no Canto III de “Os Lusíadas”, mas aqui, o rei trata-se de um mero aspirante a lugar-tenente de um partido que, a assim continuar, se esfarelará completamente do saco puído e esfiapado.

Quando Francisco Mendes da Silva se candidatou à presidência da distrital do CDS Viseu contra Paulo Duarte, mares e fundos se revolveram para dar a vitória a esta fulgente esperança. O que foi democraticamente conseguido. Porém, pouco após, e por ironia do destino, Paulo Duarte ascendeu a vice-presidente nacional do partido, provando que uma ínfima parte do território, o distrito de Viseu, era esconsa área para o seu desiderato. Ou melhor, não o merecia…

O afã que Mendes da Silva pôs na conquista do lugar de presidente da distrital colocou alta a fasquia das expectativas. Dele se esperava a plena assunção, a peito levada, da missão pela qual tanto pugnara.


Passaram-se os meses e… nada. Uma liderança-flop começou a esboçar-se. Com o aproximar das autárquicas, que estarão aí em Outubro de 2021, ainda internamente houve quem, num derradeiro acto de genica, se esforçasse para provar que o CDS local não estava estertorando nas vascas da agonia. Em vão.

De súbito, um dos seus vices, Cristiano Coelho, jovem de valor com provas dadas, bate com a porta e sai.

De seguida, como num dominó derrubado, Jorge Azevedo, reconhecida mais-valia do CDS e seu vice, bate com a porta e sai.

No dia seguinte, Carlos Cunha, presidente interino da concelhia, vogal da distrital, um dos protagonistas com maior empenho, dedicação e provas dadas, bate com a porta e sai.

Perante esta hecatombe, com a saída (irrevogável) destes três “guerreiros”, se o CDS estava gradualmente a esvaziar-se da sua acção e intervenção política, repentinamente, colapsou e sem ar, ficou ligado ao ventilador.

Se fosse a saída de um só, ainda poderíamos pensar num circunstancial fruto do acaso, das vicissitudes da vida, num problema de foro pessoal…

Agora a debandada quase simultânea destes três pesos-pesados – que com educação, elevação e sensatez se recusaram à digladiação na praça pública –  é coincidência a mais e, decerto, a tentativa gorada de Mendes da Silva em tapar ainda o sol com a peneira, se converteu em exercício de ridículo alcance e ineficaz efeito.

Francisco Mendes da Silva deve ter a hombridade e a clareza de ler nestas atitudes o repúdio da sua fracassada presidência e perceber que a dignidade deste trio não suportou mais a marginalização, subalternidade e alheamento que lhes concedeu, agravada por uma perspectiva de futuro próximo galopantemente mais desastrosa.

Não posso esconder que há militantes que ao longo dos últimos tempos me têm referido e reiterado a sua desilusão sobre a circunstância actual do CDS, o que tem levado alguns à conclusão de que não têm condições políticas para continuar a exercer os seus cargos”… Ao não assumir a culpa dos factos, ao tentar desculpar-se com esta tirada de duvidoso gosto e turvada lucidez, exercendo a sua auto desculpabilização de forma sub-reptícia e tentando endossar responsabilidades ao actual presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos e sua direcção, Mendes da Silva provou tudo quanto havia ainda por provar…

 

(Foto DR)

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