Carregal do Sal e Santa Comba Dão no top 5 da água mais cara de Portugal

Se um consumo mensal de 10 m3 de água custa no Carregal do Sal e em Mortágua 210 euros, igual quantidade em Penedono custa 54,87 euros, ou seja, 4 vezes menos…

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  • 6:24 | Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020
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O JN e o Expresso analisaram o custo da água no nosso país para concluírem que a água mais cara se consome em Santo Tirso, seguindo-se-lhe Trofa, Vila do Conde, Carregal do Sal e Mortágua.

Curiosamente constataram que há uma entidade reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, a ERSAR, que o Tribunal de Contas sinalizou por falta de acção… “Em 2017, num relatório posterior a uma auditoria, o Tribunal de Contas sublinhou que a Ersar  não tomou qualquer iniciativa, directa e concreta, com o objectivo de promover, junto dos municípios concedentes, o acatamento de recomendações como a redução das taxas de rentabilidade dos accionistas e a partilha de benefícios com utentes e autarquias.”

As águas mais caras de Portugal estão nas mãos de empresas privadas. Nos concelhos apontados do nosso distrito a Águas do Planalto, empresa privada, em cujo site se pode ler:


A Águas do Planalto, S.A. foi constituída em Maio de 1997, tendo-lhe sido atribuída a concessão da exploração e gestão dos serviços municipais de abastecimento e de distribuição de água dos municípios de Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tábua e Tondela por um período de 15 anos. 

O aditamento ao contrato foi celebrado em 2007 através do qual se obteve a sua prorrogação por mais 15 anos, passando de um período de vigência de 15 para 30 anos.”

Nos 25 concelhos com as águas mais caras pontifica a Indaqua, em cujo site oficial se lê:

“A INDAQUA – Indústria e Gestão de Água, S.A. é uma empresa Portuguesa com competências em diferentes áreas de negócio e com grande presença internacional.

Criada para atuar, essencialmente, no âmbito das concessões municipais e parcerias público-privadas (PPP’s), a INDAQUA representa uma clara aposta no setor do ambiente e na gestão do ciclo da água, integrando captação e tratamento de água, transporte e distribuição, recolha e tratamento de água residual.

Prova desta aposta é a participação da INDAQUA, desde 1994, em todos os concursos públicos relevantes para atribuição de concessões municipais, ganhando em 1996 o primeiro contrato no Município de Fafe, localizado na zona norte de Portugal.”

Em contrapartida e nas águas mais baratas de Portugal, dos concelhos mais próximos estão Peso da Régua e Penedono.

Um consumo mensal de 10 m3 de água custa no Carregal do Sal e em Mortágua 210€, igual quantidade em Penedono custa 54,87€, ou seja, 4 vezes menos…

Se em Viseu, o município liderado por Almeida Henriques tem vindo a ser contestado pelo inexplicável aumento do custo da água, imaginemos quanto nos iria ela custar se fosse levado para diante o para já reprovado desígnio de a concessionar a privados…

Ao JN, a Indaqua justifica assim o custo da água:

“o investimento a efetuar pelo operador no município, os custos de operação, o número de clientes que vão suportar estes mesmos custos, assim como a renda a pagar ao município e a qualidade do serviço”.

E aqui se desvenda um pouco do véu: “a renda a pagar ao município”… município que e pelos vistos, em vez de se preocupar em bem servir seus munícipes,  para “arrecadar” verbas, vai por via indirecta aos depauperados bolsos daqueles que são a sua quase exclusiva razão de existir…

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Publicado em Editorial