Câmara de Viseu soma e segue no endividamento para duas décadas

O Viseu Arena, coliseu provinciano, para que vai servir? Para mais efémeros e adjectivos eventos, magna boda à mesa da qual se sentarão os ungidos do costume.

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  • 11:59 | Domingo, 09 de Agosto de 2020
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Mal o ano de 2020 se iniciava já o executivo de Almeida Henriques contraía um empréstimo bancário de 8,4 milhões de euros, com pagamento a 20 anos.

Oito meses volvidos, o executivo de Almeida Henriques aprova mais um pedido de empréstimo em reunião de 6 de Agosto, no montante de 6,4 milhões de euros com pagamento a 20 anos e para o Viseu Arena.

Viseu Arena que é uma espécie de circo, como o nome parece indicar, para realização de grandes festarolas no bom estilo do Coliseu romano, mandado edificar por Vespasiano para divertimento do povo inquieto, explorado e faminto. Pão e circo era então o lema. Qual será o de hoje?


Os vereadores socialistas presentes na reunião apodaram de “Elefante Branco” esta obra de reconversão do Pavilhão Multiusos – um mamarracho remontando ao tempo de Fernando Ruas – e votaram contra aquilo que é chamado de “investimento” e que, em escassos meses, passou dos iniciais declarados 2,5 milhões para 6,4 milhões. É  (muita) obra!

Mais, a cereja em cima do bolo, a gestão do Viseu Arena será atribuída à Viseu Marca, outro “elefante branco” saído da cartola do autarca viseense, da qual a edilidade detém 48%, a AIRV presidida pelo Cotta outros 48% e Associação Comercial (?) 4%, numa interessante engenharia financeira que permite a não apresentação cabal e integral de contas.

Com 7 anos de gestão autárquica caracterizada pela ausência de concretização de obras substantivas para a cidade e para os viseenses, mais-valias para a sua qualidade de vida e para a atracção, antes pontuada por uma política de festas, festins e festarolas que ao erário custaram milhões sem retorno palpável para os cem mil munícipes, Almeida Henriques agora a pouco mais de um ano de eleições e até na eventualidade de não ser o próximo candidato, joga tudo no pleno e aposta mares e fundos nas adjudicações. Vá-se lá saber porquê.

O Viseu Arena, coliseu provinciano, para que vai servir? Para mais efémeros e adjectivos eventos, magna boda à mesa da qual se sentarão os ungidos do costume.

Endividar o município a 20 anos para reconverter uma grotesca edificação em estádio ou praça para folias e foliões é bem o único tipo de marca que Almeida Henriques deixará aos vindouros. Isso, e claro está, muitos milhões para ir pagando, inviabilizando aos sucessores a feitura das obras relevantes e essenciais que não almejou concretizar, por questionável gestão da coisa pública.

Não ficando por aqui e depois do aumento da água, virão os estacionamentos pagos por todo o lado, numa concessão a um grupo espanhol… a quem foram “vendidos” os espaços públicos que sempre foram usufruto e um direito gratuito dos viseenses e dos utentes, em geral.

A gestão autárquica de Almeida Henriques não é só nociva para os munícipes, a quem vai tirando isto e aquilo, é-o também para o PSD, enquanto maior autarquia do distrito, arrastando e conotando igualmente o partido laranja pela sua deletéria e insensata administração…

 

Leia mais aqui…

A autarquia de Viseu e o vital empréstimo de 8,4 milhões de euros

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