A democracia plena exerce-se, também, com a dinâmica vitalidade das plurais forças políticas.
Quanto mais amplo for o espectro partidário, nas suas semelhanças e diferenças, mais se alarga para o cidadão o leque das possíveis opções.
As diferenças não são nunca um funil de estreitamento, antes uma riqueza a acalentar.
Na nossa História recente tivemos quase meio século de partido único, ao qual a democracia pôs fim. Felizmente.
Em Viseu, este meio final de ano de 2020 quase foi fatal para o CDS-PP. Hoje, já nem sabemos se ainda existe e com quais estruturas partidárias.
Hélder Amaral, o histórico rosto local, bem pode afirmar, sem sorrir: “Après moi, le déluge…” E de facto, se este país não é para velhos, a política não é para meninos.
A Hélder Amaral sucedeu Francisco Mendes da Silva, depois de rija e salutar contenda com Paulo Duarte. Ao fim de uns meses de exercício de presidente da distrital renunciou ao mandato pelo qual tanto tinha lutado e tanto desejo mostrara.
O 2021 que se aproxima traz-nos eleições autárquicas. Se o CDS-PP Viseu não encontrar solução à sua altura e merecimento, deixará de ter condições para se apresentar às urnas nos 24 concelhos do distrito. Eventualidade na qual não acreditamos. Porém o tempo urge e em concreto não se vislumbra nenhuma alternativa concreta.
Provavelmente, Paulo Duarte será a única viável sucessão, mas salvar o partido localmente depois de localmente por ele não ter sido aceite, requer uma capacidade de perdoar tão grande quanto a exigível abnegação para reconstruir, pedra a pedra, aquilo que a indiligência deslumbrada derrubou.