“Ninguém falou mal de ninguém porque ninguém falou bem de ninguém.”
Clarice Lispector, “A repartição dos pães”, in “Todos os Contos”, Relógio d’Água, 2016
Não obstante ser um cidadão da polis nunca tive a suprema competência de ser político.
Isto dito, muito aprecio e admiro aqueles que são dotados da superior competência de servir a Democracia, no exercício da política activa, plural, livre, séria, desoprimida e interventiva. Benesses, claro está, que a dita Democracia proporcionou.
Estes cidadãos, dotados de um profundo espírito de missão, sujeitam-se ao baldoar na praça pública, à incompreensão e tantas vezes à maledicência, apenas para exercerem a filantrópica acção de servir a comunidade, que nunca de se servirem.
Por isso lhes prestamos vénia e lhes fazemos a nossa mais humilde reverência…
Há também os equivocados, aqueles que nada têm a dizer de positivo e apenas vêm à liça para explorar a negatividade e o ressentimento, cientes de que, enquanto façanhudos espadachins, atrairão sobre si as boas graças dos seus semelhantes mail’os seus votos.
E de facto talvez o consigam, arrastando atrás das retóricas do ódio os zangados da existência e frustrados da vida, que no fel balsado encontram lenitivo para as suas chagas, em geral auto causadas, na triste insolvência do seu existir.
E para rematar, o concelho de Viseu já tem um punhado de putativos “servidores” da coisa pública, a quem saudamos e aqui enumeramos por ordem alfabética:
Fernando Figueiredo pela Iniciativa Liberal;
Francisco Almeida pela CDU;
João Azevedo pelo PS;
Paulo Duarte certamente o candidato do CDS-PP.
Pedro Calheiros pelo Chega.
O BE ainda não apresentou o seu “cabeça”, provavelmente por ter um cronograma para tal definido.
O PSD, esse, às voltas com um parto difícil, ainda não conseguiu porque anda muito entretido na digladiação interna, tal é o afã e a fartura de candidatos, honrados, altruístas e filantropos, que, em caso algum, serão da raça da “aniquiladora” que a dupla Rio & Silvano propuseram para a Amadora e que na essência fundamental da sua proposta cívica se propõe de imediato “exterminar” dois partidos políticos democraticamente eleitos, do espectro partidário português.
Enquanto o dislate retumba, Rio & Silvano, os pais da insubmissa “fera”, assobiam para o ar, que é, provavelmente, aquilo que mais síntona e harmoniosamente sabem fazer.
(Desenho DR)