Há aproximadamente um mês que os SMAS, agora Águas de Viseu – com designação mais apropriada para um porvir de privatização – decerto numa louvável obra de reparação, escavacaram 18 metros2 de asfalto na circular de Viseu, sentido rotunda da Quinta do Galo para a Rotunda Paulo VI…
Naturalmente que não tiveram prazer nenhum em fazer essa e outras obras que só poderá ter sido motivada por um qualquer imprevisto disfuncionamento, avaria, ruptura de colectores e /ou outras…
Todavia e salvo mais douta e técnica opinião ou parecer, ter quase um mês um pedaço de uma das artérias da cidade de Viseu com maior fluxo circulatório, tapada, depois de feita a obra, com uns paralelos encaixados a martelo, não abona do bom nome dos serviços. Pior, é lesiva para os automobilistas e não deixa bem quem dirige os serviços e a própria CMV. Ademais, até ontem não existia a lindinha vedação azul lá colocada pelos SMAS, provavelmente porque ali houve “bernarda”.
No tempo de Fernando Ruas, sem saudosismos bacocos e inadequados, esta situação não era admissível. E esta comparação só quer dizer que em dois homens distintos há diferentes estilos. Um fazia. Outro assobia aos jornais que faz e, mesmo muitas vezes não fazendo, passa a sua macro-imagem de grande empreendedor. E surtiu profícuo efeito, pois os viseenses deram-lhe mais um vereador.
Ainda agora, numa saborosa peça de uma jornalista local, num quotidiano nacional, que poderá ler na íntegra infra, Almeida Henriques vem apregoar pela décima ou vigésima vez os seus méritos, a sua dinâmica, a sua vitalidade, a sua filantropia… e, citamos do dito jornal, com a devida vénia…
“Estamos a transportar 3 mil e 300 metros cúbicos de água por dia. São 112 cargas. Isto equivale, mais ou menos, a um comboio de camiões-cisterna de 2,5 quilómetros”, descreve Almeida Henriques, presidente da autarquia viseense. Os camiões foram alugados a empresas com frota disponível.
São 250.000 centímetros de caminhetas-cisterna… Quanto dará em milímetros?
Com esta operação, a Câmara Municipal de Viseu está a contar gastar meio milhão de euros, mas garante que a factura ao consumidor não vai ser afectada. “A medida está a custar à autarquia 10 vezes mais do que aquilo que cobra aos seus munícipes. Está a custar cerca de cinco euros por metro cúbico quando nós facturamos 50 cêntimos. Vamos manter o preço que está contratado”, esclarece o autarca.
Se os viseenses pagam a água que consomem a um preço tal que tornou a Águas de Viseu numa empresa lucrativa, numa situação de crise não devem ter toda a obrigação de resolver o problema, mesmo quando sabemos que a Barragem de Fagilde vai ter reforço de água? Ler aqui…
Barragem de Fagilde, em Viseu, vai ter reforço de água devido à seca
A preocupação ressumbrante de Almeida Henriques, além dos quilómetros de cisternas, parece ser a evidência da sua bondade em estar temporariamente a fornecer água que, segundo ele, e susceptível de dúvida, custa 10 vezes mais do que o cobrado aos munícipes…
Este fulano é um bondoso milagreiro. Não há dúvida nenhuma!
Entretanto, vou ali a uma fonte vizinha encher 6 garrafões com água, para não desperdiçar o precioso maná camarário, que pode não chegar para regar as rotundas de noite.