O desnorte no seio do governo de maioria socialista com seis meses de actividade está a deixar passar uma ideia de descoordenação, inação e… essencialmente de polifonia, ou se quisermos multiplicidade de sons, discursos ou vozes.
Semana após semana esta plurivocidade assumida por diferentes governantes aparenta, entre outras, uma incompetência, uma negligência, uma ausência de coesão e de visão dos problemas gritante.
Um dos protagonistas mais desajeitado é António Costa e Silva que parece, de todo, não encaixar no fato de ministro. Posto em causa pelo seu antecessor, Siza Vieira, desautorizado por dois secretários de estado, parece um elefante numa sala exígua. Se não o calam urgentemente, por inabilidade, escaqueirará a mobília toda.
O apelo aos deputados do seu partido para votarem no candidato do Chega para vice-presidente da Assembleia da República – desiderato reprovado pela terceira vez – mostra que ser “a voz do dono” requer mais arte, tacto e diplomacia. A “revolta” dos próprios deputados do PSD, na sua maioria, assim o indiciou.
De qualquer forma, põe em evidência um incipiente “namoro” com o Chega que pode vir a ser o beijo da viúva negra para o PSD.
Não falamos aqui de Costa e Silva e Miranda Sarmento enquanto pessoas, que decerto serão de bem. Mas sim de políticos em lugar de responsabilidade, desajeitados e mais propícios à “asneira” do que à boa execução do papel que representam.